Thursday, 29 January 2009

INTEIROS

Primeiro
não é maior,
oh Pinheiro,
que derradeiro;
e, não abomines:
será pior
se abominares.
Para meditares:
é melhor
o prazer do inteiro,
do vivo conjunto,
executando,
do que das separadas
partes, mesmo cantando.

Wednesday, 28 January 2009

MENDES

Mulher é futuro,
novidade mensal;
homem é anual,
firme e duro.

Os dois presente
somos, feliz:
quem o diz
é chegado parente.

Não há mais desigualdade,
e, o pecado
é injustificado
sofrer, infelicidade.

Vê se entendes:
no paraíso
só há juízo e
siso, Mendes.

Monday, 26 January 2009

CAMINHO

Eis o caminho
para da dor sair:
ao amor ir;
até do ninho
o desapego;
esquecer o ego;
só provar vinho;
felicidade
muito querer
a todo o ser;
cessar maldade;
cessar inveja.
E, o caminho
do prazer é:
amor intenso
sempre mais,
'té ao invejoso
ou odioso;
e, desapego
'té da mais bela:
não matar ego!
Mente de Principiante

"Há muitas possibilidades na mente do principiante, mas poucas na do perito."Não é fácil "manter a mente pura ou a prática pura em seu sentido fundamental", mas não é impossível. Shoshin, em japonês significa "mente de principiante". Suponhamos que recitamos o pai nosso uma só vez. Pode ser uma boa recitação. Mas o que lhe acontecerá se o recitar duas, três, quatro ou mais vezes? Poderemos facilmente perder a nossa atitude original em relação a ele. O que é o sentido ilimitado da "mente original"?A nossa 'mente original inclui em si todas as coisas. Ela é sempre rica e auto-suficiente. Não devemos perder esse estado mental auto-suficiente. Isto não significa uma mente a abarrotar e fechada mas sim, na verdade, uma mente com equipamento quanto , mas bom, e alerta. Se a nossa mente é sem preconceitos, está pronta para qualquer coisa; está aberta a tudo. Há muitas possibilidades na mente do principiante, mas poucas na do perito.Se não discriminamos nada, limitamo-nos. Se o fazemos em excesso também. Se somos exigentes ou ambiciosos em excesso, ou se não desejamos nada, a nossa mente não é rica nem auto-suficiente. Se nossa mente perder sua auto-suficiência original, todos os preceitos se perderão. Quando a nossa mente se torna demasiado exigente e ávida, acabamos por violar os preceitos: não mentir; não roubar; não matar, não ser imoral e assim por diante. Se conservarmos a nossa mente original, os preceitos se manterão por si próprios.Na mente do principiante não há pensamentos do tipo "eu alcancei algo". Todos os pensamentos egocentrados limitam a vastidão da mente. Quando não alimentamos pensamento nenhum de conquista, nem pensamentos egocentrados, somos verdadeiros principiantes e podemos então aprender alguma coisa de facto. A mente do principiante é mente de compaixão. Quando nossa mente é compassiva, torna-se ilimitada. O mestre Dogen...sempre enfatizou a importância de preservar nossa mente original ilimitada. Com ela somos verdadeiros connosco, estamos em comunhão com todos os seres e podemos, de facto, praticar (ser felizes).Assim, é muito importante manter a nossa "mente de principiante". O real segredo das artes também é esse: ser sempre um principiante. Sejamos muito cuidadosos nesta questão.
Shunryu Suzuki

Friday, 23 January 2009

"... Etimologicamente, karma quer dizer «acção». Aquilo que fazemos, dizemos e pensamos não tem apenas uma importância moral; é também o que nos molda e modela o nosso mundo. A nossa representação (e percepção) do mundo resulta da totalidade das experiências vividas pela nossa consciência, desde tempos imemoriais... Conhecem-se um milhão e quatrocentos mil espécies vivas sobre a Terra, mas há ainda tanto para descobrir que o seu número exacto pode atingir entre dez e cem milhões... A grande maioria é constituída por insectos e por plantas... os animais que não os insectos são formados por duzentas e oitenta mil. O resto é constituído por por bactérias, virus, algas... Já estamos pouco à vontade para compreender o tempo como a quarta dimensão e eis que os físicos das supercordas nos aparecem a falar de dez ou onze dimensões... Se sonhas que és rei (rainha), a verdadeira questão é saber se o teu sonho é ou não realidade: o estilo e as cores da tua veste real, a forma dos seus botões são questões anedóticas... Somos aquilo que sabemos. Um universo é como um ser humano: nasce, atinge um apogeu, inicia o seu declínio e desaparece, substituído por outro. Muitas vezes, o declínio e o desaparecimento são provocados pelo contacto com outra cultura mais dinâmica, com novas ideias ou reflexões que já não se enquadram no universo antigo. Assim, a humanidade conheceu o universo mítico, o universo geocêntrico e, agora, o universo do big bang... Na cosmologia clássica do b. mencionam-se seis classes de seres, das quais apenas duas nos são perceptíveis: os humanos e os animais. As outras quatro nada têm a ver com as formas de vida que conhecemos. Há também estados «sem forma»...Não. O karma não é uma fatalidade, mas o reflexo da causalidade implica não apenas os nossos actos mas também as intenções que os animam...O karma assemelha-se mais a um potencial, a um cartão de crédito ou a uma dívida do que a uma necessidade (obrigatoriedade). Poderíamos considerá-lo como uma lei natural que faz intervir a consciência. Segundo esta lei, um pensamento ou uma acção positiva (perfeita) leva à felicidade e um pensamento ou uma acção negativa (imperfeita) à infelicidade.(Mas, apesar de uma pedra cair por força da gravidade, tal queda pode ser impedida, se for, p.e., apanhada no ar...)...

Extractos das Págs.: 150, 151,152, 153 de: O Infinito na palma da mão
Sócrates “não gostou” de ver deputados PS com Oposição
Tiago Petinga, Lusa
Cinco deputados do PS votaram a favor do diploma: Manuel Alegre, Eugénia Alho, Júlia Caré, Teresa Portugal e Matilde Sousa Franco (independente)
O primeiro-ministro disse que “não gostou” de ver deputados do Partido Socialista a votar ao lado dos parlamentares da Oposição, a favor do diploma apresentado pelo CDS-PP que pedia a suspensão da avaliação dos professores. A proposta foi chumbada com os votos de 116 deputados socialistas e teve 113 votos a favor.

Fonte:http://ww1.rtp.pt/noticias/index.php?article=384115&visual=26





Fonte: http://ww1.rtp.pt/noticias/index.php?article=384115&visual=26
"... Uma vez realizada (compreendida) a verdadeira natureza do real, que é ser vazia e manifestar-se, apesar disso, sob a forma do mundo dos fenómenos, o espírito liberta-se do domínio da ilusão. Quando fordes capaz de deixar que os vossos pensamentos de dissolvam por si mesmos à medida que vão surgindo, eles atravessarão o vosso espírito da mesma forma que uma ave percorre o espaço do céu: sem deixar rasto...... Os neurobiologistas dir-te-ão efectivamente que o mundo é percebido diferentemente pelas diversas espécies animais. Por exemplo, os seus olhos são sensíveis a luzes de cor diferente ou a radiações invisíveis para os humanos. Assim, um cão pode ver no escuro, porque os seus olhos são mais sensíveis aos raios infravermelhos que os dos humanos. Um pombo pode captar raios ultravioletas que nós não captamos. Os morcegos não se orientam através da vista, mas pela escuta do eco dos ultra-sons que emitem. A sua representação do mundo é, portanto, muito diferente da nossa. Os biólogos pensam que estas diferenças resultam da selecção natural: cada espécie desenvolveu os modos de percepção mais adaptados ao seu meio e mais úteis para a sua sobrevivência, para a sua reprodução e para a sua proliferação...... É exactamente o que o budismo chama a «verdade relativa admitida por consenso». O mundo não está certamente entregue ao acaso nem ao arbítrio...... Regressamos à noção de verdade relativa e de verdade absoluta. A relativa corresponde à maneira como os fenómenos nos aparecem, com características identificáveis, a absoluta corresponde à ausência de existência própria destas características, o que implica que a natureza última dos fenómenos, a vacuidade (ou interdependência, apesar de , mais à frente, budista dizer, extranhamente, que há independência entre consciência e matéria) está para além de qualquer explicação e de qualquer conceito...... A realidade é sempre determinada pela interacção do observador e do observado. A complementaridade entre o todo e as partes faz com que seja ora o aspecto «parte», ora o aspecto «global» a revelar-se. O observador nada mais faz do que isolar um certo espectro de aspectos que não têm outra realidade senão a de uma interacção particular entre a observação e a globalidade, isto é, entre uma consciência e o conjunto de que ela faz parte... Para um espírito comum, há uma diferença entre a forma como as coisas aparecem e a sua verdadeira natureza, o que se traduz, do ponto de vista da nossa experiência pessoal, numa mistura de sofrimento e de bem estar. No termo do caminho do conhecimento capta-se directamente a natureza última dos fenómenos, o que conduz à sabedoria imutável na qual todo o contraste entre aparência e realidade desapareceu. Desta sabedoria deriva naturalmente uma compaixão ilimitada ( será a compaixão ilimitada a melhor? Não induzirá em erro? ) pelos seres que a ignorância mantém mergulhados em sofrimento sem fim..."

Extractos das Págs.: 139, 140, 148 e 149 de: O Infinito na Palma da Mão

Thursday, 22 January 2009

No concelho do Crato
Barragem do Pisão poderá avançar em 2009

29.01.2008 - 12h17 Lusa
A construção da Barragem do Pisão, no concelho do Crato (Portalegre), poderá avançar em 2009, revelou hoje o deputado socialista Ceia da Silva, citando o Ministério do Ambiente.A construção da barragem, para abastecimento público de água e regadio, já foi anunciada por três primeiro-ministros, Mário Soares, António Guterres e Durão Barroso.A data foi indicada pelo Ministério do Ambiente em resposta a um requerimento apresentado pelos deputados do PS eleitos por Portalegre, Ceia da Silva e Miranda Calha."É desta vez que o projecto vai ser concretizado", garantiu Ceia da Silva. O Ministério do Ambiente adianta que o Instituto Nacional da Água (Inag) está a proceder à revisão do estudo de impacte ambiental, no sentido de se promover a realização do processo de avaliação do impacte ambiental. "O processo prevê um prazo de efectivação de cerca de sete meses e a elaboração dos estudos da segunda fase, cerca de três meses", segundo o ministério. O projecto prevê que a aldeia do Pisão, com cerca de 120 habitantes, fique totalmente submersa, com o enchimento da albufeira. A albufeira poderá ocupar uma área de 720 hectares, com capacidade para armazenar 100 milhões de metros cúbicos de água. O perímetro de rega poderá beneficiar mais de três mil hectares dos concelhos do Crato, Alter do Chão, Fronteira e Avis.

Fonte:
http://ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1318034

Nota: já vi algures que a área a regar é de cerca de 15. 000 ha
BELEZA versus Prazer/bem estar

"Muitas vezes, as teorias que melhor explicam a natureza e são as mais conformes com as experiências são também as mais belas... Há, em primeiro lugar, a beleza intrínseca dos fenómenos naturais, a das rosas, a do pôr do sol (ou do nascer e curso) a das estrelas e a das galáxias... Mas para lá da beleza física há uma beleza mais subtil e abstracta, a das teorias. Uma teoria é «bela» quando tem um carácter inevitável, necessário, e, uma vez elaborada, se impõe como uma evidência. Perante uma bela teoria, um físico dirá para si mesmo: «é de tal forma bela que deve ser verdadeira. Porque não a vi há mais tempo? »É assim que a teoria da relatividade de Einstein é tão bela como uma fuga de Bach, na qual não se pode mudar uma nota sem que toda a harmonia desapareça (é uma posição: outra é que tudo é passível de melhoria), ou tão perfeita como o sorriso da Gioconda, na qual não se pode mudar o mínimo traço sem destruir todo o seu equilíbrio. A primeira característica de uma bela teoria é, pois, a sua aparente inevitabilidade.A Segunda qualidade é a sua simplicidade. Não se trata necessariamente da simplicidade das equações, mas das ideias que estão subentendidas na teoria. O universo heliocêntrico de copérnio, segundo o qual todos os planetas giram à volta do sol, é mais simples que o geocêntrico de Ptolomeu, segundo o qual a terra ocupa o centro, enquanto os planetas se deslocam em círculos cujos centros se movimentam também noutros círculos... Uma bela teoria não se preocupa com floreados inúteis. Cumpre as exigências da navalha de Occam: «tudo o que não é necessário é inútil.»... Consideremos, por exemplo, a teoria da relatividade de E.. Segundo a opinião geral dos físicos, é a teoria mais bela e o edifício intelectual mais harmonioso que o espírito científico jamais concebeu. Não só ligou e deu unidade a conceitos fundamentais da física até então totalmente desligados – o espaço e o tempo, a matéria, a energia e o movimento, a aceleração e a gravidade...Inevitável, simples e conforme à verdade: eis as características de uma teoria bela.Mathieu – creio que a adequação à verdade corresponde bastante à noção budista de beleza, mas aquilo a que chamamos verdadeiro, neste caso, refere-se mais à adequação com a natureza profunda do ser humano.A definição mais simples consiste na afirmação de que a beleza é aquilo que nos causa um sentimento de plenitude (ou realização), que, segundo as circunstâncias, pode ser experimentado como prazer ou bem estar. Isso permite-nos considerar diversos níveis (e tipos) de beleza associados a diferentes graus de plenitude. Poderá qualificar-se como beleza relativa o que nos traz uma satisfação passageira e como beleza absoluta o que nos leva a uma plenitude durável, mesmo irreversível.A beleza espiritual, a face de um buda, p.e., é particularmente fecunda porque nos faz pressentir o conhecimento (e o poder...) perfeitos e a possibilidade de os atingir. Tudo depende do prazer que nos trazem as formas, as cores, os sentimentos e as ideias ( e os gestos, os toques, os sons, as sensações, as obras...). É assim que a beleza pode ser compreendida de modo muito diferente segundo as pessoas e a sociedade.Thuan – A beleza obedece a critérios que dependem do contexto cultural, social, psicológico ou mesmo biológico. O modelo de beleza feminina no tempo de renoir era uma mulher com formas volumosas. Nos anos sessenta, a beleza feminina era a figura longilínea da top model Twiggy. Vincent van gogh morreu na miséria, desesperado por não conseguir vender as suas telas, que século e meio mais tarde são disputadas a peso de ouro. A apreciação da beleza de uma teoria científica ( e = mc2, p.e.) é claramente menos dependente do contexto cultural: um físico vietnamita compreenderá a beleza da relatividade geral tão bem como um seu colega francês ou americano.M. – porque são pessoas com uma formação análoga...A beleza pode também considerar-se como a harmonia das partes com o todo. Na arte budista existe uma iconografia muito precisa que define as proporções ideais para desenhar o Buda. Utiliza-se uma grelha sobre a qual se colocam a linha curva dos olhos, o oval da face e as diferentes partes do corpo. Estes traços correspondem a uma harmonia perfeita e são os reflexos exteriores da total harmonia do conhecimento perfeito.T. – sempre me impressionou o facto de todas as representações do buda... transmitirem invariavelmente um profundo sentimento de serenidade pelo seu equilíbrio e pela sua beleza.M. – a beleza varia em função da maneira como cada um entende o prazer estético ( do grego aisthetiké, «sensitivo», «o que sente»), do acessório ao essencial. Encontramos em todos os seres pensantes algumas constantes na respectiva concepção fundamental do bem estar e da plenitude. O amor e o altruismo são belos ( e também a justa medida, a nobreza, a vida, a despreocupação realista, a pureza, a higiene, a alegria correcta, a saúde, o equilíbrio, a ciatividade...) enquanto o ódio ou a inveja (e também o pessimismo, a dor, a tristeza, a preocupação excessiva, a sugidade, a injustiça, o desleixo, o vil, a morte, a preguiça, a avareza...), são feios. Repara como os primeiros podem tornar belos os rostos (e os corpos e tudo) e como os segundos desfiguram... A verdadeira beleza traduz uma adequação com a natureza profunda do ser humano... esta natureza é uma perfeição intrínseca ... quanto mais estamos de acordo com a nossa natureza profunda... ( um buda barrigudo não é uma injustiça?Longe de pertencerem ao objecto, as características da beleza relativa estão intimamente ligadas ao observador... o objecto (ser) pode ser percebido como belo quando corresponde ao que se espera. Um matemático maravilha-se com a beleza de uma equação bem concebida e um engenheiro com a beleza de uma máquina. Aquele que deseja a calma escuta, deliciado, um prelúdio de bach. O eremita que contempla a transparência última do espírito não experimenta uma tal necessidade: a sua harmonia com a natureza do espírito e dos fenómenos situa-se num outro plano; para ele(a), todas as formas são compreendidas como a manifestação da pureza primordial, todos os sons como o eco da vacuidade (interdependência global e total) e todos os pensamentos como o jogo do conhecimento. Não faz distinção entre o harmonioso e o discordante, o belo e o feio. A beleza tornou-se omnipresente e a plenitude imutável. Alguém diz: «em vão procurámos pedras da rua numa ilha de ouro.»

Págs. 316 a 320 de: O Infinito na Palma da Mão, da casa das letras


Buda foi ao inferno. E os demônios ao NirvanaPor Monja CoenDizem que certa feita um Buda foi parar no inferno e que os diabos fizeram de tudo para atentá-lo. Queriam vê-lo infeliz e sofrendo. Não conseguindo foram perguntar a ele: "Como você consegue ficar bem no inferno?". Buda respondeu apenas: "Ah! Aqui é o inferno?" E esses diabinhos ficaram com ele. Mais tarde um chefe diabo veio ver o que estava acontecendo e encontrou todos os diabinhos silenciosamente sentados em meditação, junto ao Buda. Ele conseguira transformar o inferno na Terra Pura. Buda não tentou destruir os demônios, não tentou acabar com o inferno. Apenas manteve a mente quieta e tranqüila. Nirvana é percebermos a transitoriedade de tudo que existe e sermos capazes de tranqüilamente agirmos para transformar as coisas de maneira que o bem seja comum a todos os seres.

Wednesday, 21 January 2009

Muitos dizem ou escrevem coisas: uns para tentarem dominar ou dominar mesmo, e, outros, desaparecendo, não permitindo assim que os questionemos.Ninguém que já tenha experimentado o bem estar e o prazer, ou que o tenha visto experimentado, pode deixar de o buscar de novo ou pela primeira vez. Que mal pode haver em querermos ser felizes sempre?Ficamos iguais a (com) quem nos identificamos.Por vezes o único dever que temos a cumprir é estarmos no nosso "posto": é bom estarmos no nosso posto.Só porque tudo, todos somos interdependentes e efémeros não quer dizer que não devamos apreciar e desfrutar do que é bom, belo e agradável, desde que, obviamente, não causemos, a curto ou outro prazo, dor a outros seres ou a nós mesmos. Neste sentido, só o apego e a aversão exagerados podem ser prejudiciais.
"A partir do momento em que nos deixamos prender pelas coisas (e pessoas e seres) como se fossem permanentes e sólidas, começamos a admitir que têm, por si próprias, a faculdade de nos proporcionar prazer ou de serem causas de sofrimento. É deste modo que atribuimos aos objectos e aos seres em geral características – bonito ou feio, agradável ou desagradável – que apenas são rótulos conceptuais. Como explicava Dharmakirti:

«Quando há consciência de si,
há consciência do outro.
De nós e do outro nascem apego e repulsa,
E da combinação dos dois
Derivam todos os males.»

Neste texto, o esforço do budismo não tem como objectivo determinar a massa e a carga das partículas, mas desfazer a noção de solidez e da permanência das coisas (e seres e pessoas) para que não continuemos a ser dominados pela engrenagem das ilusões, causa dos nossos sofrimentos."

Comentário: mais uma vez, vemos a grandeza do budismo em livrar da dor. Mas, não basta libertar do sofrimento. Como pode alguém que já experimentou momentos de glória, prazer, exaltação e exultação contentar-se em não ter dor?Mas, aqui e agora, o que há a fazer só pode ser a não consciência de nós, e, a consciência do Todo interdependente.

Pág. 126 de: O Infinito na Palma da Mão

Tuesday, 20 January 2009

Buda foi ao inferno. E os demônios ao Nirvana
Por Monja Coen


Dizem que certa feita um Buda foi parar no inferno e que os diabos fizeram de tudo para atentá-lo. Queriam vê-lo infeliz e sofrendo. Não conseguindo foram perguntar a ele: "Como você consegue ficar bem no inferno?". Buda respondeu apenas: "Ah! Aqui é o inferno?" E esses diabinhos ficaram com ele. Mais tarde um chefe diabo veio ver o que estava acontecendo e encontrou todos os diabinhos silenciosamente sentados em meditação, junto ao Buda. Ele conseguira transformar o inferno na Terra Pura. Buda não tentou destruir os demônios, não tentou acabar com o inferno. Apenas manteve a mente quieta e tranqüila. Nirvana é percebermos a transitoriedade de tudo que existe e sermos capazes de tranqüilamente agirmos para transformar as coisas de maneira que o bem seja comum a todos os seres.
Na tradição Soto Zen existem seis mundos ou planos espirituais. São eles: o mundo dos infernos, dos animais, dos espíritos revoltados e briguentos, dos espíritos insaciáveis, dos seres humanos e dos seres celestiais. Esses mundos formam uma roda que gira sem parar. Algumas pessoas pensam que isso se refere a diferentes encarnações, vidas sucessivas, mas no Budismo sabemos que em um mesmo dia, talvez até mesmo apenas em uma hora, podemos passar pelos seis mundos.
Eles seriam a Roda de Samsara, o transmigrar incessante de um mundo a outro. Ora feliz e angelical, ora sofrendo terríveis torturas, ora brigando e reclamando, ora insatisfeita, ora seguindo apenas os instintos animais, ora como humanos entre o ir e vir do saber e não saber.
Mestre Dogen (1200-1253) fundador da tradição Soto Zen no Japão, escreveu que Samsara é Nirvana. Muitos pensam que para entrar no estado de Nirvana, de paz e tranqüilidade sábias, de harmonioso extinguir das paixões e apegos é preciso morrer ou afastar-se do mundo, da família, do trabalho, de suas atividades e relacionamentos, ir morar nas cavernas nos montes remotos.
Mestre Dogen, entretanto, nos diz que a própria roda de samsara é o Nirvana. Se percebermos esse constante transmigrar, não estaremos apenas sofrendo ou regozijando, mas aprendendo, compreendendo, transcendendo, transformando e crescendo. Nirvana não está separado de nossa vida, de nossos relacionamentos, de nosso trabalho, do trânsito, dos problemas e dificuldades. Nirvana é um estado de espírito. É perceber tudo isso e conseguir não entrar em nenhum dos seis mundos. É ficar acima de tudo.


Fonte: www.monjacoen.com.br
LIVROS: "O Infinito na Palma da Mão"
A teoria do Big Bang ou do início do presente universo por uma grande explosão pode ser perigosa: explosões não controladas podem causar grandes sofrimentos.O início só parece muito importante quando se "reificam" os fenómenos: " Os fenómenos (seres, etc.) são desprovidos de existência autónoma e permanente. ...«Os fenómenos (seres, etc.) retiram a sua natureza de uma mútua dependência. Não são nada em si mesmos.» A sua evolução não é nem arbitrária nem determinada por uma instância divina, mas segue as leis da causa e efeito no seio de uma interdependência global, de uma causalidade recíproca... A inteligência tem os seus limites e não pode captar a natureza da realidade através de simples conceitos. Só um conhecimento directo (contemplativo, observando e analisando com todos os sentidos), que transcende o pensamento discursivo pode apreender a natureza do mundo dos fenómenos sob uma forma não dual, no qual as noções de sujeito e de objecto ... não têm qualquer significado... Esta interdependência inclui, naturalmente, a consciência. Compreender isto tem imensas repercursões sobre a nossa concepção da existência, sobre a nossa felicidade e sobre o nosso sofrimento. Conceber as interacções efémeras(passageiras) dos fenómenos (seres) como entidades permanentes é exactamente a causa da nossa crença inveterada na noção de um «eu» (e, não adianta muito a separação entre eu e ego, que em última análise são um só, ou têm de o ser!) e no facto de as coisas possuirem propriedades intrínsecas. Esta solidificação justifica as miríades de impulsos de atracção e de rejeição que estão na origem dos nossos tormentos. Cria-se um contraste entre a forma como as coisas nos aparecem e o que as coisas verdadeiramente são. Assim, a concepção do «eu» (ou ego) não é senão um desvio momentâneo do espírito (desvio fatal, digo eu). Mas, sabendo que os fenómenos não existem, a não ser de um modo efémero e interdependente, não nos ligamos da mesma maneira. Libertamo-nos do erro. É por isso que o conhecimento (da verdade) é libertador. Aquilo a que chamamos nirvana outra coisa não é do que o esgotamento dos pensamentos da inteligência desencaminhada...) " (pgs. 30, 41, 42, 45, 46 de: O INFINITO NA PALMA DA MÃO, de Mathieu Ricard e Trinh Xuan Thuan, da casa das letras)

Reificar: tornar coisa, coisificar, petrificar, separar, isolar, tornar rei...

Nunca te penses separado,
Muito menos te imagines
Superior ou inferiorizado:
Somos interdependentes, Sines!

Mas , a evolução existe, e, o divino, o sublime, o melhor também! E, são a VERDADE!!

O caminho para o prazer
é portanto o da Verdade
conhecer com integridade,
justiça estabelecer.
A teoria do Big Bang ou do início do presente universo por uma grande explosão pode ser perigosa: explosões não controladas podem causar grandes sofrimentos.
O início só parece muito importante quando se "reificam" os fenómenos: " Os fenómenos (seres, etc.) são desprovidos de existência autónoma e permanente. ...«Os fenómenos (seres, etc.) retiram a sua natureza de uma mútua dependência. Não são nada em si mesmos.» A sua evolução não é nem arbitrária nem determinada por uma instância divina, mas segue as leis da causa e efeito no seio de uma interdependência global, de uma causalidade recíproca" (pgs. 30, 41 e 42 de: O INFINITO NA PALMA DA MÃO, de Mathieu Ricard e Trinh Xuan Thuan, da casa das letras)
Reificar: tornar coisa, coisificar, petrificar, separar, isolar, tornar rei...


Nunca de penses separado,
Muito menos te imagines
Superior ou inferiorizado:
Somos interdependentes, Sines!


Mas , a evolução existe, e, o divino, o sublime, o melhor também!
Claro, controlar, eliminar o sofrimento é a primeira coisa a fazer. Mas, ficarmo-nos depois pela paz é pouco. Temos não só de aprender a eliminar a dor como a desfrutar cada vez mais do prazer, passageiro e duradouro.

Monday, 19 January 2009

Deus é espírito e é matéria.
Os verdadeiros desejos são materiais e espirituais. E, só o espiritual aprecia o material e este o espiritual. Temos de viver em todos os mundos: superiores e inferiores. Experimentar a força, a sabedoria e o amor de Deus tanto material com espiritualmente é o objectivo, assim como receber de Deus e de todos e a todos e a Deus dar.

Sunday, 18 January 2009

Evolução da Urgentemente Necessária Consciência Planetária
Düsseldorf, 24 de março de 2006 Michael Laitman, PhD
1. Caros amigos! A galopante crise global pede solução. Muitos renomados cientistas e filósofos de todo o mundo estudam e pesquisam a crise, embora no presente nós não possamos dizer que conheçamos sua causa, e mais ainda, as ações que precisamos adotar para resolvê-la.Hoje não podemos mais negar sua presença; abundam teorias e sugestões relativas tanto à natureza da crise quanto aos meios para sua eliminação. Nesta apresentação, vou tentar descrever o estado presente da humanidade sob a perspectiva da ciência a que dediquei os últimos trinta anos da minha vida – a ciência da Kabbalah. 2. Antigamente, o homem estava mais próximo da natureza e mantinha intimidade com ela. Havia duas razões para isto: O egoísmo ainda não desenvolvido não distanciava o homem da natureza e fazia com que os humanos se sentissem uma parte integral dela; O conhecimento insuficiente sobre a natureza evocava medo dela, e forçava o homem a vê-la como superior. 3. Por essas duas razões, o homem aspirava não somente a acumular conhecimento sobre os fenômenos do mundo circundante, mas também a conhecer as forças que governam o mundo. As pessoas não podiam se esconder dos elementos como elas fazem hoje, evitando as forças da natureza em um mundo criado artificialmente. Seus órgãos sensoriais, ainda não distorcidos ou degenerados pela tecnologia contemporânea, eram capazes de sentir o mundo circundante com mais profundidade. O medo da natureza e simultaneamente, a proximidade com ela, premiam o homem a descobrir o que a natureza queria dele, caso haja algum objetivo, e para quê ela criou os humanos. A humanidade aspirava por entender isto o mais profundamente que fosse possível. 4. Os antigos cientistas compartilharam seus conhecimentos sobre a natureza. Os Kabbalistas também compartilharam seus conhecimentos com os cientistas. A Kabbalah estuda o sistema que governa nosso mundo. Sua principal tarefa é explicar as causas e objetivos da Criação. Naturalmente, não estou me referindo àquilo que hoje se vende sob o título ‘Kabbalah’, que lhe vem captando popularidade. A Kabbalah autêntica é uma ciência séria que pesquisa a estrutura do universo, e que forneceu conhecimento básico para várias outras ciências. Os contatos entre Kabbalistas e antigos filósofos deram surgimento à antiga filosofia, que se tornou a origem da ciência. Para honrar os organizadores de nosso simpósio, eu escolhi propositalmente afirmações de cientistas e estudiosos alemães sobre esse tópico. 5. Johann Reuchlin escreveu em seu livro De Arte Cabbalistica: ‘Meu professor Pitágoras, o pai da filosofia, tomou seus ensinamentos de Kabbalistas... ele foi o primeiro a traduzir a palavra Kabbalah, desconhecida de seus contemporâneos, para a palavra grega fisolofia... a Kabbalah não nos permite viver nossas vidas no pó, mas eleva nossas mentes à altura do conhecimento’. Por muitos séculos, a Kabbalah permaneceu um ensinamento oculto, uma sabedoria secreta, dando surgimento a várias lendas e falácias sobre ela, que confundem qualquer pessoa contemporânea que tente encontrar as verdadeiras fontes. Em particular, o grande matemático e filósofo, Leibnitz, escreveu sobre isso em seu livro Hauptschriften zur Grundlegung der Philosophie: “Como o homem não tem a chave correta para o segredo, a sede por conhecimento ultimamente foi reduzida a toda espécie de trivialidades e superstições que geraram uma espécie de ‘Kabbalah vulgar’, que tem pouco em comum com a verdadeira Kabbalah, assim como várias fantasias sob o falso nome de mágica, e é disso que os livros estão cheios”. 6. A filosofia assimilou uma parte da Kabbalah e deu-lhe uma direção diferente. Isso fez nascer as ciências modernas que pesquisam nosso mundo material e suas leis dentro da conjuntura dos fenômenos percebidos por nossos cinco sentidos. Enquanto isso, os antigos ensinamentos, incluindo a Kabbalah, permaneceram fora do escopo de interesses dos pesquisadores. O que quer que a ciência fosse incapaz de compreender, o que quer que permanecesse inatingível para ela, caía no domínio das religiões, rituais e costumes. Os antigos ensinamentos foram gradualmente esquecidos! 7. Ciência e religião são dois caminhos paralelos que a humanidade seguiu investigando este mundo, tentando entender o lugar do homem e suas possibilidades e definir o propósito da existência. Porém, ambas as trilhas desviaram a humanidade de atingir a Força Superior Governante, e da correspondência com ela. O homem estudou a natureza não para aprender o que ela deseja dele, e então modificar-se, mas para mudar e conquistar a natureza em prol de seu próprio egoísmo. 8. Crises em todos os domínios da atividade humana, desde a ciência até os apuros pessoais, apresentaram as eternas questões sobre o significado e o propósito da vida. Nós estamos começando a nos tornar cada vez mais convictos de que não sabemos nada sobre a natureza, a razão de nossa existência, o processo governante e o propósito de nossa existência. Os problemas nos levaram a aceitar a existência da Grande Sabedoria, o Plano Superior na natureza. Como a ciência é incapaz de responder às nossas questões, somos compelidos a procurar uma nova abordagem para a natureza, o que nos leva a procurar a verdade em religião, crenças e misticismo. A crise externa nos conduziu a uma crise interna e nós nos encontramos confusos neste mundo. 9. O cativante interesse nesses ensinamentos, em explicar nossas vidas não através da pesquisa científica mas sim usando todos os tipos de métodos ‘sobrenaturais’, esteve subjacente pelos últimos 30 anos e agora está murchando diante de nossos olhos. Além de todos os enganos, a humanidade ainda precisa testar, rejeitar e finalmente esquecer os poucos sistemas de crença remanescentes. Estamos em um tempo em que, através do misticismo, a humanidade está redescobrindo as verdadeiras sabedorias antigas. A ciência da Kabbalah, que vem se revelando nos anos recentes, deve desempenhar um papel-chave nesse processo. A Kabbalah surgiu por volta de 5.000 anos atrás na Mesopotâmia, o berço da civilização, assim como todos os ensinamentos antigos. Foi aí que a humanidade os redescobriu, antes de esquecê-los até nossos tempos. Agora eles estão sendo redescobertos. Não é por coincidência que onde era a antiga Mesopotâmia, agora esteja o centro do moderno colapso das civilizações. 10. A evolução do egoísmo humano determina, define e de fato designa toda a história da humanidade. O egoísmo em desenvolvimento pressionou o homem a estudar o ambiente de forma a realizar seus desejos egoístas cada vez mais intensos. Em contraste com a natureza inanimada, vegetativa e animada de nosso mundo, os humanos evoluíram sem cessar, em cada geração, e cada indivíduo, durante sua breve existência. O egoísmo humano evolui através de cinco níveis de intensificação. Antigamente o homem não era egoísta o suficiente para se colocar em oposição à natureza. Ele sentia a natureza e tudo o que o cercava, e a sensação de reciprocidade era seu modo de comunicação com a natureza. Em muitos aspectos era mesmo silenciosa, como na telepatia, em um certo nível espiritual. Esse modo de comunicação ainda pode ser encontrado em populações indígenas. O primeiro nível do crescimento do egoísmo representou uma revolução na espécie humana. Ele criou um desejo de modificar a natureza em prol do homem, em vez de mudar o homem para que ele se tornasse similar à natureza. Metaforicamente, esse desejo é descrito como o desejo de construir uma torre que alcançasse o céu – para dominar a natureza. 11. O egoísmo aumentado arrancou o homem da natureza. Em vez de corrigir sua crescente oposição à natureza, o homem ousou imaginar que ele poderia atingir o Criador egoisticamente, não através da correção do egoísmo, mas sim dominando todas as coisas. Então o homem colocou seu ‘self’ em contraste com o ambiente, oposto à sociedade e à natureza. Em vez de perceber os outros como afins e próximos, e a natureza como seu lar, os seres humanos deixaram de compreender a natureza e aos outros. O ódio substituiu o amor; as pessoas se distanciaram umas das outras, e a nação única do mundo antigo foi dividida em dois grupos, que se espalhou para o leste e o oeste. Subseqüentemente cada grupo dividiu-se em várias nações e hoje, estamos testemunhando o início da reunião e reconexão em uma única nação outra vez. 12. A Torah descreve isso alegoricamente (Genesis, 11:1-8 ) do modo seguinte: “E toda a terra tinha uma única linguagem e uma fala. E aconteceu, quando eles foram para o leste, que encontraram uma planície na terra de Shinar; e eles habitaram ali... E disseram: ‘venham, vamos construir uma cidade, e uma torre, com seu topo no céu, e vamos nos dar um nome, para não sermos dispersos pela face de toda a terra’. E o Senhor veio ver a cidade e a torre que as crianças dos homens construíram. E o Senhor disse: ‘Atentem que eles são um povo, e têm todos uma única língua; e foi isto o que eles começaram a fazer; e agora nada será retido por eles, do que eles pretenderam fazer. Vamos descer e confundir sua linguagem, de modo que eles não possam mais entender a fala um do outro’. Assim o Senhor os dispersou daquele lugar pela face de toda a terra; e eles deixaram de construir a cidade”. 13. Josephus Flavius escreveu que Nimrod pressionou o povo a desafiar o Criador. Ele os aconselhou a construir uma torre mais alta do que as águas pudessem alcançar, caso o Criador enviasse novamente o dilúvio, e assim se vingariam do Criador pela morte de seus ancestrais. Sem economizar zelo ou esforços, eles começaram a construir a torre. Vendo que o povo não se corrigia após a lição do dilúvio, o Criador fez com que eles falassem várias línguas. Eles não entendiam mais uns aos outros e se dispersaram. O lugar em que a torre foi construída hoje é chamado Babilônia, pois este foi o lugar da mistura das línguas, em vez da língua única que havia antes. 14. No começo do século XX, um arqueólogo alemão, Robert Koldewey, descobriu na Babilônia as ruínas da torre, que media 90x90x90 metros. Adicionalmente, Heródoto (por volta de 484-425 antes da era comum) descreveu a torre como uma sétima pirâmide enfileirada, com a mesma medida. Fontes históricas contam que no centro da Babilônia, havia a cidade-templo de Esagila, e perto dela, o templo da suprema divindade, Marduk, a Torre de Babel. Ela era chamada Etemenanki, que significa a pedra angular do céu e da terra. Naquele tempo, Esagila era o centro religioso do mundo em sua luta contra a religião monoteísta. A astrologia, os signos do zodíaco e horóscopos, a adivinhação, vários misticismos, espiritualismo, mágica, feitiçaria, encantamentos, maus olhados, evocação de espíritos do mal – tudo isso se desenvolveu em Esagila. Essas crenças ainda persistem, e particularmente hoje estamos testemunhando sua irrupção final. 15. Desde aquele tempo, e durante os últimos 5.000 anos, o homem confrontou a natureza, isto é, o atributo do absoluto altruísmo. Em vez de converter seu sempre crescente egoísmo em altruísmo, em vez da similaridade com a natureza, a humanidade erigiu uma cerca artificial para se proteger da natureza. Para ajudá-la nessa proteção, a humanidade tem desenvolvido ciência e tecnologia pelos últimos 5.000 anos e isto é, de fato, o erguer da Torre de Babel. Então, em vez de nos corrigirmos, nós queremos governar a natureza. 16. O egoísmo na humanidade tem crescido desde então, e hoje está culminando. A humanidade desiludiu-se de satisfazer o egoísmo através do desenvolvimento social ou tecnológico. Hoje estamos começando a compreender que desde os tempos da crise em Babel, nós trilhamos nosso caminho em vão. Hoje particularmente, enquanto reconhecemos a crise e o ponto sem saída de nosso desenvolvimento, pode-se dizer que o confronto do egoísmo com o Criador é a atual destruição da Torre de Babel. Antes, a torre de Babel foi arruinada pela Força Superior, mas hoje ela está sendo arruinada por nossa própria conscientização, como se fosse arruinada por nós. A humanidade está pronta para admitir que o caminho que escolheu, para compensar sua oposição egoísta à natureza através de tecnologia em vez de converter o egoísmo em altruísmo, levou-nos a um ponto sem saída. 17. O processo que começou em Babel, de separação em dois grupos que se distanciaram geográfica e culturalmente, está culminando hoje. Pelos últimos 5.000 anos cada grupo evoluiu em uma civilização de muitas pessoas diferentes. Um grupo é o que chamamos a civilização ocidental, e o outro compreende a civilização oriental, incluindo Índia, China e o mundo islâmico. Não é por coincidência que hoje estamos testemunhando um colapso titânico das civilizações, que ameaça a própria sustentabilidade da humanidade. Esse é um dos fatores-chave na crise global. Além disso, esse colapso reflete a culminância do processo que começou com a queda da torre de Babel. Em Babel, a nação única foi dividida porque o egoísmo separa seus membros, e agora está no tempo em que os membros da nação única da humanidade devem reunir-se em um único povo, unido. Hoje nós estamos no ponto de separação que ocorreu no tempo de Babel, porém agora, estamos conscientes de nossa situação. Segundo a sabedoria da Kabbalah, esse colapso, a crise global, e a emergência do misticismo e superstição, são o começo da reconexão de toda a humanidade em uma civilização nova e unida, similar ao seu estado antes da torre de Babel. 18. Na época do desconcerto da Babilônia, a Kabbalah foi descoberta como um conglomerado de conhecimentos sobre a causa e o crescimento estágio por estágio do egoísmo humano. A Kabbalah estatui que a natureza de tudo o que existe é um desejo egoísta por auto-satisfação. Porém, os desejos egoístas não podem ser satisfeitos em sua forma natural, porque a satisfação de um desejo o anula, e como resultado, ele não é mais sentido. Similarmente, a comida reduz a sensação de fome, e assim, o prazer de comer gradualmente se extingue. Mas como nós somos incapazes de existir sem contentamento, somos forçados a desenvolver constantemente novos desejos, de modo que possamos satisfazê-los. Senão, não haveria prazer. Essa busca sem fim por prazeres constitui nossa vida inteira, embora o próprio prazer seja impossível de atingir. No extremo, o desencantamento e o vazio causam depressão e levam às drogas. 19. Se a satisfação anula tanto o desejo quanto a satisfação, então sera mesmo possível experimentar satisfação duradoura? Antigas sabedorias metaforicamente contam que o homem foi criado como uma única criatura. Isto é, originalmente, todas as pessoas estão conectadas como um único ser humano. E exatamente assim que a natureza se relaciona conosco – como um único ser humano. Esse protótipo coletivo foi chamado ‘Adam’, da palavra Dome (semelhante). Em aramaico, a língua falada na antiga Babilônia, isso significa ‘similar ao Criador’. Originalmente, fomos criados conectados, no interior, como um único indivíduo. Mas como nosso egoísmo cresceu, nós gradualmente perdemos a sensação de unidade e nos tornamos crescentemente distantes uns dos outros. Finalmente, nós chegamos a um ponto de ódio recíproco. 20. Segundo a sabedoria da Kabbalah, o plano da natureza é de que o nosso egoísmo cresça até que reconheçamos nossa condição. Hoje a globalização nos mostra que, por um lado, estamos todos conectados e por outro, nosso enormemente externado egoísmo nos aliena uns dos outros. A razão pela qual nós fomos criados inicialmente como uma única criatura, e então separados em indivíduos egoístas, distanciados, destacados, é que este é o único caminho para nós vermos nossa completa oposição ao Criador, e reconhecermos o atributo do absoluto egoísmo que nós possuímos. Nesse estado nós vamos reconhecer sua mesquinhez, sua natureza limitada e sua falta de esperança, e viremos a detestar nossa natureza egoísta, que nos separa uns dos outros e da natureza, e vamos desenvolver o desejo de união, de transformar nossa natureza numa natureza oposta, altruísta. Então vamos encontrar independentemente um caminho para nos transformar em altruístas, e nos reconectarmos com toda a humanidade como um total único, unido. 21. Assim como células egoístas que se reúnem em um único corpo anulam seus egoísmos individuais em prol da existência do corpo e como resultado, sentem a vida de todo o corpo, assim nós precisamos atingir uma tal conexão entre nós. Então, conforme nosso sucesso na unificação, sentiremos a existência eterna da natureza, em vez de sentirmos nossa existência física atual. O antigo princípio de ‘amar ao próximo como a si mesmo’ nos conclama a fazer isto. Esse princípio esteve em vigor até a construção da Torre de Babel, e foi mais tarde incorporado nos rudimentos de todas as religiões que emergiram da antiga sabedoria babilônica, após a destruição da Torre de Babel e a divisão do povo em nações e estados. Cumprindo essa regra, cada pessoa deixa de ser um egoísta isolado e vazio, e passa a sentir a vida do organismo total, Adam, em similaridade ao Criador. Em outras palavras, nesse estado nós sentimos a eterna, perfeita existência da natureza. 22. Especialmente agora, o altruísmo tornou-se necessário para a sobrevivência da humanidade. Isso é porque agora está claro que nós todos somos completamente interdependentes. Essa clareza faz surgir uma nova definição de altruísmo: qualquer intenção ou ação que não tenha origem no desejo de ajudar, mas sim na necessidade de conectar a humanidade em um único total, é considerada realmente altruísta. Segundo a sabedoria da Kabbalah, todas as ações altruístas que não tenham por objetivo unificar toda a humanidade em um único corpo vão se revelar como sem propósito. Adicionalmente, no futuro, tornar-se-á evidente que não precisamos adotar nenhuma ação ou praticar nenhuma correção na sociedade humana, apenas unirmo-nos em um único corpo. 23. A transformação da atitude de cada um com relação aos outros seres humanos, de egoísta para altruísta, eleva a pessoa à percepção de outro mundo. Nós percebemos o mundo com nossos órgãos sensoriais, e aceitamos o que aparece em nossos sentidos como nossa sensação da vida. A percepção egoísta presente permite-nos sentir somente nossas próprias impressões do ambiente. Corrigir nossa natureza vai nos capacitar a sentir não o que acontece dentro de nós, mas sim o que acontece fora, a completa natureza. Então, percebendo o exterior em vez do interior de nós mesmos, passaremos a perceber todo o mundo circundante, no lugar de um fragmento dele. Ao final, descobriremos que o mundo à nossa volta é uma única força altruísta da natureza. Quando nos unimos a ela, nós sentimos nossa existência do modo como a natureza existe – eterna e perfeita. Nós simpatizamos com essa sensação, ela nos governa, e nesse estado, mesmo quando nosso corpo expira, sentimos a nós mesmos como continuando a existir na eterna natureza. Em tal estado, a vida física e a morte não afetam nossa sensação de existência, porque a percepção interior e egoísta foi substituída por uma percepção exterior, altruísta. 24. O Livro do Zohar, escrito há aproximados 2.000 anos, diz que perto do fim do século XX a humanidade atingiria seu máximo egoísmo e ao mesmo tempo, seu máximo vazio. O livro diz que nessa época, a humanidade precisará do método de sobrevivência, de satisfação. Então, diz o Livro do Zohar, chegará o tempo de revelar a Kabbalah para toda a humanidade, como um método de atingir similaridade com a natureza. 25. Corrigir um ser humano e toda a humanidade, atingir similaridade com a natureza altruísta, não acontece de uma vez, e não simultaneamente para todos. Ao contrário, a correção é possível na extensão em que cada pessoa e toda a humanidade reconheçam a crise global. A correção começa quando a pessoa compreende que sua natureza egoísta é a fonte de todo o mal. Subseqüentemente, ela passa a procurar pelos meios para modificar essa natureza. A procura leva à conclusão de que somente a influência da sociedade pode ajudá-la em sua missão. Isso significa que se a sociedade mudar seus valores e elevar o valor do altruísmo, somente isto propelirá a correção do homem. Por altruísmo estou me referindo não à ajuda mútua, mas à unificação de toda a humanidade em similaridade ao Criador, como o único valor no mundo. 26. A sociedade deve elevar a conscientização humana ao nível da compreensão de nossa responsabilidade coletiva. Isto é porque o Criador Se relaciona conosco como uma única, unificada criatura – Adam. O homem tenta atingir seus objetivos egoisticamente, mas hoje a humanidade está descobrindo que precisa resolver seus problemas coletiva, altruisticamente. A gradual exposição do egoísmo vai nos compelir a implementar o antigo método da Kabbalah, que nós falhamos em implementar na antiga Babilônia. 27. A fonte de todo o sofrimento que aparece no mundo é a oposição do homem à natureza. Todas as outras partes da natureza, inanimada, vegetativa e animada, seguem os mandamentos da natureza instintiva e definitivamente. Somente o comportamento do homem o coloca em contraste com a natureza inanimada, vegetativa e animada. Como o homem é o ápice da criação da natureza, todas as outras partes da natureza (o inanimado, o vegetativo e o animado) dependem dele. Através da correção do homem, todas as partes da natureza, todo o universo vão atingir seu nível inicial e perfeito, em completa unidade com o Criador. 28. Segundo o plano do Criador, todo o universo precisa atingir esse estado, e o tempo disponível para a correção é limitado. O Livro do Zohar indica que a correção precisa ser implementada no início do século XXI. Dessa época em diante, a humanidade será forçada a se corrigir por sofrimentos cada vez mais intensos. O reconhecimento do propósito da criação e do método de correção vai nos capacitar a nos aproximarmos do objetivo conscientemente, mais rápido do que de outro modo, o sofrimento nos forçaria a fazer. Então, em vez de sofrer, nós sentiremos satisfação e inspiração mesmo durante o tempo em que ainda percorremos o caminho da correção. Tudo depende de nossos esforços para explicar a causa da crise na sociedade, e o modo para resolvê-la. Precisamos explicar que a crise é necessária para alcançarmos o estado de ser mais belo, eterno e perfeito. Explicar que esse propósito não é uma tarefa simples, mas a crise crescente nos capacita a todos a perceber o processo como necessário e vinculado a um propósito. O que faz nossa época especial é que ao longo da crise crescente, agora está se abrindo uma janela de oportunidade para a mudança. Nós somos capazes, e de fato obrigados a explicar a crise como o estado ótimo para que consigamos criar uma sociedade nova e correta.

Fonte: centro mundial de kabala
TEMPOS

Tempos duros,
tempos de glória:
tempos maduros,
Dória.

Saturday, 17 January 2009

DITADORZECO(a)

Pobre ditadorzeco(a),
com democrática capa:
ou lhe obedece Zeca,
ou sua alma tapa!

Zeca, não tenhas medo
das suas ameaças
e pressões: quanto mais cedo
te libertares, melhor passas!

GLÓRIA

Associações reais,
com sensíveis,
operacionais
e pensadores, são vitais,
e, invencíveis!

Nova cultura,
nova cabala:
toda pura,
saborosa mistura,
mãe que embala!

Pela memória unidos,
com determinação,
objectivos bem definidos:
da glória de idos
tempos, a recuperação!
Tikun é correcção, correcção em caso de afastamento de Deus, em todos os sentidos.
Não nos esquecermos, nunca, que somos parte de Deus, e, da grande Interdependência - eternidade, somos eternos. Qual medo de morrer!
Sermos como Deus - Deus é Deus de sumo e justo prazer, poder, saber, beleza, eternidade, força - e estarmos com Deus(a).
E a força, minha Deusa, meu deus. Tanta para usar, descobrir, treinar, gozar.
E criar, gerar, ajudar a nascer, a ver a Luz, a Luz, a Luz!!..
E, o Alívio!

Friday, 16 January 2009

Perguntas frequentes e respostas do Rav

1. Qual é o propósito da Kabbalah? Resposta: O único propósito da Kabbalah é guiar o homem para seu progresso espiritual e mostrar-lhe como orientar sua direção para o Criador. 2. A Kabbalah é útil para curar ou proteger contra o mal? Resposta: A Kabbalah não oferece ajuda àqueles que tentam adaptar as forças espirituais a seus próprios fins. Algumas pessoas têm a expectativa de fazer truques de conjuração, praticar curas ou obter proteção através da Kabbalah, no lugar de procurarem trabalhar sobre seus próprios íntimos de modo a aprender a doar sem esperar nada em troca. Mas a Kabbalah não tem nada a ver com esses truques e milagres. 3. A Kabbalah pode ser utilizada para adivinhação ou previsão do futuro? Resposta: A Torah proíbe os adivinhos, magos e mágicos porque eles desanimam o homem de fazer aquilo que ele precisa fazer neste mundo, que é se estruturar e ascender rumo ao nível do Criador. O homem não deve tentar escapar daquilo que o Criador lhe dá, escapar daquilo a que ele está destinado, pois o seu desempenho de uma atividade neste mundo é o próprio processo que o capacita a trabalhar sobre si mesmo, corrigir-se e desenvolver espiritualidade. Se fosse necessário ao homem saber o que é que o próximo momento lhe reserva, ele o saberi8a. O futuro torna-se perceptível para ele somente quando o desejo de conhecê-lo não é mais motivado por motivos egoístas. 4. Kabbalah é uma ciência oculta? Resposta: Aqueles que promovem ciências ocultas têm um conhecimento limitado de Kabbalah. Eles usam o que eles aprenderam para dar suporte e enriquecer suas próprias teorias. Nós insistimos na necessidade de estudar apenas as fontes primárias, autênticas, como a Torah, o Zohar, os escritos do ARI, Yehuda Ashlag e Baruch Ashlag. 5. Qual é a conexão entre a Kabbalah e a parapsicologia? Resposta: Não há conexão alguma entre Kabbalah e parapsicologia. Os experimentos que o homem conduz nunca o levarão acima dos limites da psicologia convencional. 6. A Kabbalah pode nos ajudar a fazer contato com OVNIS ou seres de outros mundos?Resposta: A Kabbalah não menciona formas de vida em outros lugares, tais como OVNIs e seres de outros mundos. O homem adoraria encontrar outros seres neste universo. Mas a Kabbalah lida somente com encontrar nosso caminho para o Criador. Além de nós, nós somente podemos encontrar o Criador. 7. A Kabbalah é uma espécie de meditação? Resposta: A Kabbalah ensina ao homem como orientar sua intenção na direção do Criador em todos os momentos, apesar do fluxo incessante de pensamentos e desejos que o acometem. A intenção é um receptáculo que capacita o homem a sentir o Criador. Isso não tem nada a ver com meditação. 8. Quem pode nos falar sobre os mundos espirituais? Resposta: Somente aquele que possua qualidades não terrenas pode julgar o não terreno. Se ele possui ao mesmo tempo, qualidades terrenas, então ele pode ao menos descrever para nós o não terreno. Tal pessoa somente pode ser um Kabbalista – uma pessoa de nosso mundo, criada com as mesmas qualidades que cada um de nós e ao mesmo tempo, dotada pelos céus de outras qualidades que o capacitam a nos contar sobre o que está acontecendo nesse outro mundo. 9. O Kabbalista tem permissão para nos falar dos mundos superiores? Resposta: O Criador permitiu a alguns Kabalistas que revelassem seu conhecimento para um extrato da sociedade, de modo a ajudar os outros a que se comunicassem com Ele. Os Kabbalistas nos explicam em termos que nós podemos compreender que a estrutura e o funcionamento da mente no mundo espiritual, não terreno, são baseados em leis que são contrárias às nossas. 10. A lei básica do mundo espiritual é o absoluto altruísmo. Como o homem pode adquirir essa qualidade? Resposta: Os Kabbalistas sugerem que nós façamos uma transformação interior. Somente esse ato interno capacita o homem a perceber o mundo espiritual e começar a viver em ambos os mundos simultaneamente. Esse ato é chamado “fé acima da razão”. 11. O que é “fé dentro da razão”? Resposta: Em nosso mundo nós somos guiados apenas por nossa razão em tudo o que fazemos. Somente a razão, isto é, o cálculo puramente egocêntrico, “razoável”, constitui a base de todos os nossos desejos e atos. Nossa razão calcula a quantidade de prazer que nós experimentamos, compara isso com a quantidade de dor causada pelos esforços feitos para atingir esse prazer, subtrai um do outro e produz o desejo resultante: esforçar-se pelo prazer ou preferir a tranqüilidade. Essa espécie de aproximação “razoável” de nosso ambiente é chamada “fé dentro da razão”, pois é quando a razão determina a fé. 12. O que é “fé abaixo da razão”?Resposta: Freqüentemente o homem age sem fazer nenhum cálculo do benefício de seu esforço, como por exemplo, uma pessoa fanática, ou condicionada a agir de determinada forma. Tais atos “cegos” são chamados “fé abaixo da razão”, porque eles são determinados pela obediência cega a decisões tomadas por outra pessoa, em vez da razão ou do cálculo. Ou então, o homem age segundo sua educação, que se tornou sua segunda natureza, numa extensão tal, que ele precisa fazer um esforço para evitar agir do modo como foi condicionado, e assim agir automaticamente, por força do hábito. Cada um de nós faz muitas coisas por uma razão similar. 13. Quais são as condições que precisam ser preenchidas pelo homem de modo a que ele adquira qualidades altruístas? Resposta: A transição do viver de acordo com as leis de nosso mundo, para o viver de acordo com as leis do mundo espiritual, requer que duas condições estejam presentes. Rejeitando completamente os argumentos da razão, o homem se encontra, como estava, despojado das bases para suas ações, carente de qualquer apoio. Como se estivesse suspenso no ar, ele agarra o Criador com ambas as mãos e assim, somente o Criador determinará suas ações. Por assim dizer, o homem substitui sua própria mente pela do Criador; age contrariamente à sua razão, e coloca a vontade do Criador acima da sua própria. É por isso que seu comportamento é chamado “fé acima da razão”. Tendo cumprido isto, o homem começa a perceber a ambos os mundos, o nosso e o espiritual, e descobre que ambos funcionam de acordo com a mesma lei espiritual da “fé acima da razão”. 14. O que é um vaso espiritual? Resposta: O desejo, por parte do homem, de suprimir sua razão e de ser guiado somente por seu desejo de doar para o Criador é o vaso espiritual no qual ele recebe todas as sensações e compreensões espirituais. A “capacidade” desse vaso, isto é, a capacidade da razão espiritual do homem, é determinada pela capacidade de sua razão terrena, egocêntrica, que ele está tentando suprimir. 15. Como o vaso pode ser aumentado? Resposta: Para aumentar a capacidade do vaso espiritual do homem, o Criador lhe envia constantemente obstáculos cada vez maiores, no caminho da “fé acima da razão”, intensificando gradualmente seus desejos egocêntricos e suas dúvidas sobre o domínio do Criador. Isso permite ao homem que vença gradualmente esses obstáculos, desenvolvendo assim mais e mais poderosos desejos altruístas, aumentando a capacidade de seu vaso espiritual e percebendo cada vez melhor o Criador no mundo de sua semelhança com Ele. 16. Conhecimento e inteligência tornam mais fácil o caminho da fé acima da razão? Resposta: Todos os sofrimentos do homem estão ligados ao fato de que ele é compelido pelo Alto a rejeitar completamente todo o senso comum e a proceder cegamente, colocando a fé acima da razão. Quanto mais razão e conhecimento ele possua, quanto mais forte e mais inteligente ele seja, mais difícil será para ele percorrer o caminho da fé, e correspondentemente, mais ele sofrerá por conta de rejeitar o senso comum. 17. Uma vez que o homem tenha escolhido o caminho do desenvolvimento espiritual, ele passa a aceitar tudo aquilo pelo que esteja passando? Resposta: De modo algum aquele que escolheu esse caminho particular do desenvolvimento espiritual, pode concordar com o Criador. Em seu coração ele amaldiçoa a necessidade de tal caminho, e nem por auto-persuasão ele consegue justificar o Criador. E ele não consegue suportar a condição de não ter apoio de nenhuma espécie, até que o Criador o ajude e lhe revele o inteiro quadro da criação. 18. Qual é a melhor época para o homem entender a parte oculta do caminho para a espiritualidade (Kabbalah)? Resposta: Quando o homem sente que ele está em um estado de elevação espiritual, e que todos os seus desejos estão focalizados somente no Criador, este é o melhor momento para se aprofundar nos livros corretos sobre Kabbalah, de modo a tentar compreender seu significado interno. Embora ele possa sentir que não consegue entender nada, apesar de seus esforços, mesmo assim é preciso que ele se aprofunde na Kabbalah de novo e de novo, centenas de vezes, e não se renda ao desespero diante de sua falha em compreender. O significado dessas tentativas reside no fato de que os esforços do homem para compreender os mistérios da Torah são sua prece para que o Criador Se revele a ele por Suas manifestações, para que o Criador satisfaça seus anseios. A força da prece é determinada pela força desses anseios. 19. Como o homem pode alcançar um estado de prece? Resposta: Há uma regra: o esforço despendido em atingir alguma coisa aumenta o desejo para atingir essa coisa, e a força desse desejo é determinada pelo sofrimento causado pela indisponibilidade daquilo que desejamos. A prece é o próprio sofrimento, não expresso em palavras mas apenas sentido no coração. Partindo daí, podemos entender que somente após extenuantes esforços para atingid o que é desejado o homem pode rezar tão sinceramente, que receba o que pediu. 20. O que o homem precisa fazer para que sua prece seja aceita pelo Criador? Resposta: Para que o Criador ouça a prece, ela precisa vir do próprio coração dos corações, isto é, todos os desejos da pessoa precisam estar concentrados nessa prece. E é por isso que é preciso se aprofundar nos textos centenas de vezes, mesmo sem entender nada, até atingir um verdadeiro desejo, de modo que o Criador possa ouvi-lo. 21. O que é um verdadeiro desejo? Resposta: Um verdadeiro desejo é aquele que não deixa espaço para nenhum outro desejo.

Fonte

http://www.kabbalah.info/brazilkab/questions1.htm
O CRIADOR

O Criador é Quem criou
quem não conhecemos
mas sabemos
que teve de existir
para nós virmos a ser;
O Criador(a) amou
e nos criou: nos doou
e nos doa.
Que podemos fazer se não amar
e doar,
intensa e entusiasticamente,
a Deus?
Corpo e alma 2
lição de 02 de agosto de 2004

Já discutimos as teorias desenvolvidas pela humanidade para responder à questão ‘quem somos nós?’
Nós nos identificamos:
- somente com o espírito que está dentro de nós;
- com o espírito e o corpo (isso se refere à presença do espírito dentro do corpo), ou
- somente com o corpo?
Nós não sabemos o que é o espírito; nós não o vemos ou sentimos, e não podemos pesquisá-lo cientificamente. Então, há milhares de teorias diferentes que se substituem dependendo da moda ou de outras razões. Essas teorias não trazem nenhum benefício para a humanidade.
Para que nossa teoria sobre nós mesmos possa nos ajudar, é preciso que ela seja absolutamente científica e autêntica. Autenticidade pode ser encontrada somente na terceira teoria, cuja essência é que a pessoa não tem nada melhor que seus próprios olhos, e que com a ajuda deles, ela precisa pesquisar a realidade. Isso resulta na conclusão de que não há espírito; há apenas o corpo humano que vive de acordo com suas leis materialistas, e isso é tudo o que nós pesquisamos de acordo com essa teoria. Há algo além disso? Nós não sabemos e não levamos isto em consideração, porque percebemos somente a nossa realidade, que dividimos em duas partes:
A parte revelada de nossa ciência, ou aquela que nós alcançamos hoje: esta, é científica, bem elaborada, respeitável e pesquisável; nós podemos agir dentro desses limites e nessa extensão;
A parte oculta, que nós não conhecemos: ela contém possivelmente algumas conjeturas, teorias e fantasias, porém, nada disso é científico e nós não temos o direito de aceitar isto como fato nem de operar com esses dados, até que eles entrem no domínio de nosso conhecimento e sentimento.
É por isso que a segunda parte é chamada ‘oculta de nós’, e a Ciência da Kabbalah nos adverte a não nos preocuparmos com ela absolutamente, porque nós nos confundiríamos e começaríamos a aceitar essa parte como a revelada. Em outras palavras, nós aceitaríamos nossas conjeturas como fatos e correspondentemente, não somente começaríamos a construir várias outras teorias, mas também, tentaríamos colocá-las em prática a nossa vida. Conseqüentemente, sofremos, e nos forçamos a praticar essas espécies de ‘comunismo’, ‘kibbutz’ etc., e depois não conseguimos sair deles.
Isto é, na realidade, precisamos ser claramente materialistas, porém...
Crítica à Terceira Teoria (a materialista).
A terceira teoria é estranha ao espírito da pessoa educada, porque ela caminha com a individualidade e apresenta a pessoa como uma máquina que é ativada por forças externas. De acordo com essa teoria, segue-se que a pessoa não tem livre escolha em seus desejos – em vez disso, ela está sob o total controle das forças da natureza. Todas as suas ações são forçadas e, naturalmente, ela não é recompensada nem punida por suas próprias ações, pois a lei da recompensa e castigo aplica-se somente a uma pessoa com livre escolha.
Se nós agimos de acordo com nossos hormônios e genes (nós amamos, roubamos etc.), se nossa personalidade e caráter são impressos dentro de nós, se eu não determino originalmente nada dentro ou fora de mim mesmo, tal como em qual família eu fui destinado a nascer, em que sociedade, durante que época, qual escola eu vou freqüentar, o que me acontecerá etc., então, naturalmente, e não tenho nenhuma liberdade de escolha e, assim como um animal, eu simplesmente cumpro as ordens que emergem dentro de mim e as considero como sendo minhas próprias.
Por que eu as considero como sendo minhas próprias?
Porque eu não vejo de modo algum de onde elas vêm. Nenhuma máquina biológica pode ser programada desse modo; nenhuma criancinha ou adulto pode ser programada com algum comando, ou recebendo diversos sinais de longe, e assim a pessoa pensará que eles emergem dentro dela, por si mesmos, e que isso vem dela, porque ela está destacada da percepção de sua Fonte e não compreende de onde tudo isso emerge dentro dela: ou há uma máquina dentro dela, ou o Criador. Se ela não percebe a ‘vontade externa’, então, ela a considera como sendo sua própria vontade.
É assim que nós pensamos sobre nós mesmos quando nós nos pesquisamos do modo como a ciência nos permite. Gradualmente, começamos a revelar que não há nada dentro de nós que seja propriamente nosso. Cada um de nós é somente um pequeno mecanismo executante.
Essa teoria é alheia às massas religiosas que acreditam na recompensa e na punição do Criador, e que confiam no Seu bom propósito, assim como às pessoas não-religiosas. De acordo com essa teoria, nós, que possuímos a mente, somos brinquedos nas mãos da natureza cega que está nos levando a um destino desconhecido.
Nós não queremos aceitar essa teoria, que estabelece que nós somos mecanismos absolutamente pré-programados.
As pessoas religiosas não querem aceitar isto porque elas têm uma idéia, um conceito, ou uma fantasia, sobre recompensa e castigo: eu sofro aqui, e de algum modo isso será compensado.
Porém, há uma certa referência ao homem como algo que tem sua própria vontade e que supostamente influencia seu próprio destino. Isto é, há algo que diz que há um parâmetro livre em nossa vida, que nós podemos mudar por nós mesmos e no qual eu sou um indivíduo e não, meramente, um mecanismo pré-programado.
Os religiosos pensam que se eu agir de algum modo mais nobremente neste mundo, mais corretamente, e de acordo com umas certas leis, então uma recompensa me esperará, por causa das ações corretas que são determinadas pelos limites dessas leis.
O Baal haSulam diz que os não-religiosos também não querem aceitar essa teoria que considera a pessoa um mecanismo total, porque isso destrói, neles, toda a sua alegria de viver. Se eu me avalio como um mecanismo executante então eu não sou capaz de receber nenhum contentamento de nenhuma ação. Isso é suficiente para remover qualquer prazer que haja nas minhas ações. O fato sobre esse prazer é que ele somente se manifesta no desejo, se o desejo for percebido como meu próprio. Se eu não perceber o desejo como meu próprio, então eu não percebo o prazer, por causa do meu egoísmo, isto é: eu não o percebo como Chisaron (desejo, falta de alguma coisa; *pronuncia-se o Ch como o ‘j’ espanhol). E assim, eu não posso perceber a satisfação desse desejo de receber como prazer.
Porém, se nós revelarmos o estado em que o desejo dentro de nós vem do Criador, então, seja o desejo o que for, e seja como for que eu possa satisfazê-lo, eu não perceberei nenhum prazer nele, se eu souber que o desejo não é meu. Porém, pode ser que isso seja bom: a única coisa de que eu preciso agora é unir-me ao Criador, de tal modo que Seus desejos se tornem meus, e então eu terei prazer especificamente no fato de que eu satisfaço Seus desejos dentro de mim mesmo.
Nesse caso, será que especificamente na terceira teoria, há um caminho para a satisfação correta e infinita?
Porém, nós estamos indo um pouco adiante de nós mesmos. O Baal haSulam diz, muito gentilmente, que essa teoria é alheia, tanto aos religiosos, quanto aos não-religiosos, porque ela nos apresenta como mecanismos completamente desprovidos de espírito, que não têm liberdade de escolha.
Por isso, a terceira teoria não é aceita pelo mundo.
Foi decidido que o corpo, que é uma máquina, de acordo com a terceira teoria, não constitui a pessoa genuína. Em vez disso, a essência da pessoa, ou o seu ‘Eu’, é uma essência espiritual eterna, invisível e imperceptível, que está localizada no corpo, de um modo oculto – isto é, ela o acompanha.
Desse modo, no final das contas, há um ‘Eu’ dentro da pessoa, que é uma espécie de essência que não está originalmente localizada dentro do corpo, mas em vez disso, que acompanha o corpo.
Porém como essa essência pode ativar o corpo, se de acordo com as afirmações da própria filosofia, o espiritual não tem contato com o material, e de modo algum influencia o corpo? Desse modo, nem a filosofia nem a metafísica são capazes de fornecer a solução para a questão da alma.
Conclusão.
1. Tudo o que a pessoa percebe, ela percebe em seus cinco órgãos sensoriais. A imagem combinada de tudo o que nós percebemos em nossos cinco sentidos é processada e analisada em nosso cérebro, e torna-se comparável àquilo que já conhecemos (isto é, nós comparamos o que nós vemos com todas essas imagens que foram impressas no cérebro), e baseados nisto, nós nos conscientizamos, e é transmitida para a nossa consciência a imagem de nós mesmos e do mundo circundante.
A cada vez nós construímos tudo a partir daquilo que nós percebemos em nossos órgãos sensoriais, e isso, que nós resumimos automaticamente, entra em nosso mecanismo de comparação com nossa experiência (ou aquilo que aconteceu durante a vida), e o resultado é produzido na forma de uma imagem. Tudo é determinado e alcançado apenas por comparação.
Às vezes acontece o seguinte: de repente, algum aroma ou visão evoca uma imagem de minha memória, de algo que aconteceu décadas atrás. De todas as imagens fixadas em minha cabeça, ela escolhe especificamente esta, porque não encontrou outra que seja mais precisa ou similar. Então, eu me torno consciente de que esta comparação com o que está acontecendo hoje vem de muito longe.
Todas essas imagens permanecem fixadas em nosso computador interno, e ele funciona somente por comparação. Se não há comparação, então nós não percebemos de modo algum aquilo que nossos órgãos de percepção captam, e nossa consciência não fixa isto, porque ela funciona somente por comparação entre o que aconteceu no passado e o que existe no presente.
Então, a pessoa percebe tanto seu próprio corpo, quanto o mundo circundante, como resultado das percepções de seus cinco órgãos sensoriais. Nem o corpo nem o mundo existem por si, mas sim, são conseqüência de nossas percepções.
Já falamos do fato de dividirmos nossa percepção do mundo entre a percepção de nós mesmos e a percepção do mundo externo, porque nosso Kli está dividido em duas partes: a interna, e a externa. ‘Shoresh-Neshamah-Guf’, ou ‘raiz-alma-corpo’, é a parte interna do Kli. O ‘Levush ve Eihal’, ou ‘revestimento e construção’, é a parte externa do Kli. Essa divisão do Kli em duas partes aconteceu como conseqüência do Tzimtzum Bet (a Segunda Restrição), isto é, como conseqüência do fato de que nos falta uma tela para unificar todas as partes em um único total. Porém, no futuro, quando formos capazes de criar uma tela para ambas as partes, elas se unirão em um único Kli completo e nós não perceberemos mais o universo como dividido em ‘eu’, e ‘aquilo que me cerca’ – em vez disso, nós o perceberemos como uma impressão unificada.
No TES (*Talmud Esser Sefirot, ‘Estudo das Dez Sefirot’), nós estudamos o porquê da percepção do mundo dividi-lo em duas partes, e como no Gmar Tikkun (*Correção Final) essas duas partes se reunirão em um Kli que consiste de cinco partes, quando ocorrer a anulação do Tzimtzum Bet e o retorno ao Tzimtzum Alef. Não estamos dizendo que há um mundo em volta do Galgalta ou de qualquer Partzuf espiritual; nada existe. A única coisa que existe é o que está no Partzuf. Isso é o que nós percebemos quando nos tornamos completamente corrigidos, em vez de estarmos divididos em Kli Pnimi e Kli Hitzon (* Vaso interior, Vaso exterior).
O Baal haSulam escreveu: ‘Eu sinto a mim mesmo como sólido, e como tendo uma certa medida, porque minhas sensações se apresentam a mim deste modo...’
2. Se a pessoa não tivesse nenhum órgão sensorial, então ela não perceberia a si mesma. Se nossos sentidos fossem diferentes, quantitativa e qualitativamente, então a pessoa se perceberia, ao seu corpo e ao mundo à sua volta de um modo diferente, correspondente à percepção que os órgãos sensoriais lhe dariam.
Tudo muda com relação a nós; não há nada absoluto, imóvel e imutável. Quando dizemos que há a luz Superior, que está em total repouso (a luz Superior que nós não percebemos), estamos nos referindo ao nosso teórico estado final. Porém, quanto a nós, não há um único parâmetro que não esteja sujeito a mudança, e tudo depende somente da combinação desses parâmetros em nós.
3. Tudo o que nós sentimos em nossos cinco sentidos chama-se ‘revelado’. Naturalmente, toda pessoa tem sua própria medida de informação revelada, dependendo de seu desenvolvimento emocional e intelectual. O revelado, isto é, aquilo que está precisa e claramente determinado e é percebido em nossos órgãos, e é reproduzível como um fato, pode ser particular, individual, ou então, geral. O geral é o que é comumente revelado para toda a humanidade em cada estágio concreto de seu desenvolvimento.
No estágio atual do desenvolvimento geral da humanidade, nós podemos ver a diferença que existe entre povos, nações, raças etc. em seu desenvolvimento, e o tipo e o estilo de seus desenvolvimentos. Isto é, todos esses processos são absolutamente individuais.
4. O ‘oculto’ é a informação que ainda não está revelada, mas é potencialmente sujeita a tornar-se revelada no futuro. Nada está oculto. O termo ‘oculto’ refere-se àquilo que está oculto hoje e está pronto a tornar-se revelado amanhã.
O oculto divide-se em dois tipos:
O oculto que nós seremos capazes de revelar em nossos cinco órgãos sensoriais em alguma ocasião no futuro, e
O oculto que nós nunca seremos capazes de revelar em nossos cinco órgãos sensoriais.
O que é isso, o ‘oculto’? A ‘Introdução ao livro do Zohar’ explica que nossa realização inclui a matéria, a forma que a matéria toma, a forma abstrata e a essência. Nós sempre tomamos a matéria e a forma que a matéria assume como um fato. Por outro lado, nós não percebemos, e de modo algum atingimos a forma abstrata e a essência. Isto é o que está fora de nós, ou aquilo que é prévio a nós. Nesse caso, o que é isso, que é chamado o oculto? ‘Oculto’ é o nome da matéria e das formas que estão revestidas na matéria, que ainda não foram atingidas (* NT: a palavra ‘atingir’, aqui, correspondente à palavra hassagah, em hebraico, é utilizada no sentido de alcançar, compreender, discernir, realizar, captar).
Desse modo, o revelado e o oculto referem-se somente aos primeiros dois níveis de compreensão: forma e matéria. É por isso que há uma parte contida no ‘oculto de nós’, que nunca se tornará revelada para nós, porque nós percebemos tudo em nossos órgãos sensoriais e não podemos perceber nada que esteja fora. É possível sentir algo que está fora, através de nossos órgãos sensoriais, somente na medida em que nossos órgãos sensoriais sejam equivalentes a algo que está fora.
Como eu poderia conhecer o que está fora, e ao que eu deveria me tornar equivalente? As pessoas que já percorreram esse caminho me dizem: ‘torne-se equivalente a isto ou aquilo, ou seja, faça essas correções ou mudanças em você mesmo e você sentirá o que está fora’. Se eu não tivesse livros de Kabbalah e conselhos dos Kabbalistas diante de mim, então eu não saberia como mudar, de modo a sentir algo que está no exterior. Por conseqüência, o oculto somente pode tornar-se revelado em correspondência ao conselho daqueles que já o compreenderam (*NT: those who already exist in attainment, ‘já existem em compreensão’).
O mesmo existe em nosso mundo: fala-se à pessoa sobre coisas que ela não percebe ou entende, e então ela revela isto a si mesma.
5. O que não pode ser revelado em nossos cinco órgãos sensoriais pode ser revelado no órgão do sexto sentido. Cada pessoa traz em si o embrião do órgão do sexto sentido, que ela pode desenvolver. A metodologia para desenvolver o órgão do sexto sentido é chamada Kabbalah.
Similarmente às percepções do corpo e da realidade circundante nos cinco órgãos sensoriais, a sensação experimentada no sexto sentido também consiste de dois componentes: o corpo, chamado a ‘alma’ ou ‘Kli’, e o ambiente, chamado o ‘externo’ ou ‘Mundo Superior’.
A alma percebe o Mundo Superior como um sentimento de eternidade, perfeição e conhecimento de tudo.
O que são, então, o corpo e a alma?
O corpo é aquilo que é atingido (*NT: ver nota anterior sobre ‘attain’) em nossos cinco órgãos sensoriais físicos. Vamos supor eu nós estamos em um estado inconsciente, isto é, completamente ‘desligados’; e então nós começamos a perceber. Isso que nós percebemos em nosso estado normal, dentro dos limites de nosso mundo, é feito de duas partes: Eu (meu corpo) e o mundo ao meu redor. Eu posso atingir a mim mesmo e ao mundo ao meu redor desenvolvendo meu conhecimento. Eu posso e preciso desenvolver meu conhecimento e a capacidade de atingir, somente na medida em que isto seja absolutamente real, isto é, o conhecimento entra nos meus cinco órgãos sensoriais e é completamente pesquisado por mim.
Além disso, nós temos algo que pode ser desenvolvido em nós através da metodologia especial da Kabbalah. As pessoas que percebem a dimensão oculta e que simultaneamente existem em corpos do nosso mundo, dão-nos conselhos sobre como fazer isto. Os desejos que me ajudam a perceber a dimensão exterior são chamados a ‘alma’, o ‘corpo da alma’, ou ‘Kli’. Isso, que se percebe no interior do Kli, é chamado ‘luz’. Em resumo, quem não tiver uma tela sobre o desejo de obter prazer do Criador, e quem não receber simultaneamente a luz do prazer, ou o próprio Criador, dentro de seu desejo, de modo a dar prazer a Ele, essa pessoa não terá uma alma. E nesse caso ela é considerada um animal.
Desse modo, os desejos por tipos especiais de prazer correspondem aos cinco níveis de Aviut: desejos corporais, desejos por riqueza, fama, poder e conhecimento. Tudo o que eu obtiver por meio desses desejos é chamado minha vida, meu corpo e minha existência.
Porém, se o desejo de obter prazer do Criador emerge na pessoa (há outra fonte de prazer referida como o "Faraó’, ou ‘Klipa’, mas este é o desejo de obter prazer especificamente no Criador), então isso a leva à Kabbalah. Então a pessoa precisa criar uma tela sobre seu desejo de obter prazer nEle (na percepção do Anfitrião que me serve o alimento). Não no alimento em si, mas na percepção do Anfitrião, e assim, Ele não estará me servindo.
Conseqüentemente, a alma não são os desejos terrenos, mas sim, o desejo pelo Criador, isto é, o desejo por usar o Criador, ou obter prazer nEle. A tela é criada especificamente sobre esses desejos, e então eles são usados para dar prazer a Ele. Como conseqüência disto, alcança-se uma conformidade, isto é, uma equivalência de forma com Ele, ou equivalência a Ele. Enquanto o desejo de obter prazer no Criador não se tornar emergente na humanidade, isto é, enquanto o ponto no coração não emergir, a pessoa não terá nada a corrigir senão seu comportamento neste mundo, que é de alguma forma regulado pela sociedade.
É por isso que corpo e alma são categorias completamente diferentes. A alma, em contraste com o corpo, é o desejo por uma fonte diferente, ou pelo prazer que vem especificamente dEle. Você poderia dizer, ‘mas não há ninguém além dEle, e todos os prazeres vêm dEle’. Sim, vêm dEle. Esses prazeres são corporais, sociais, ou do conhecimento, e embora eles venham do Criador, estão situados numa forma específica para nós, e é por isso que nós os definimos como terrenos. Eu não os relaciono diretamente ao Criador.
Em resumo, é impossível trabalhar pelo Criador, criar uma tela, ou praticar ações de doação, enquanto Ele não se tornar percebido em mim como a fonte do prazer. É por isso que a pessoa cresce sob o sistema dos mundos impuros ou Klipot, e somente quando os desejos impuros pelo Criador emergem nela (os desejos de usá-LO para si mesma), somente então a pessoa adquire a possibilidade de correção. Não há nada a corrigir antes disto. Em princípio, nós sempre dizemos apenas isto, ‘a única coisa que precisa ser corrigida é nossa relação com o Criador’.
Pergunta: quando o interior e o exterior se unificam em um único Partzuf, o corpo (a ‘concha’) desaparece?
Um não afeta o outro. Enquanto eu existo em meu corpo animal, eu posso simultaneamente estar em qualquer dos mundos: no estado da Correção final, assim como no estado mais incorreto. É possível que o órgão de outra pessoa seja implantado em mim, ou o sangue de outro seja infiltrado em mim, ou que eu perca uma parte de meu corpo, ou que o corpo cesse de todo de existir biologicamente. Nada disso pode afetar minha alma de modo algum, ou minha relação com o Criador.
Na realidade isto tem um efeito, isso eleva o nível... Nós vamos discutir esse aspecto em outra ocasião, o que a pessoa adquire após ter-se separado do corpo animal em nosso mundo. Porém, em princípio, esses dois Kelim são completamente desconectados um do outro. Eles influenciam um ao outro enquanto a pessoa percebe simultaneamente ambos os desejos: os desejos deste mundo, isto é, os mais baixos possíveis, e os desejos do mundo superior - isto é, quando ela está na escada dos níveis espirituais e em nosso mundo (*NT: ao mesmo tempo).
Nosso mundo é imutável. Se você picar qualquer Kabbalista com uma agulha ele sentirá a dor; e se você lhe der algo delicioso, ele sentirá prazer. Essas coisas são completamente independentes do seu nível espiritual; elas não mudam, e são determinadas somente por seus componentes animais, tais como onde ele nasceu e como ele foi educado... Todo o seu nível animal é determinado do mesmo modo que qualquer pessoa, isto é, o corpo exige as mesmas coisas que todos os outros corpos exigem.
Por outro lado, o corpo espiritual que se desenvolve nele é o desejo pelo Criador. Isto é algo muito diferente.
Um corpo pode trabalhar através do outro? Praticamente, não. O corpo animal precisa receber tudo o que é preciso para uma existência normal, e ao mesmo tempo a pessoa precisa se dedicar ao desenvolvimento do corpo espiritual, ou Kli.
Pergunta: As percepções do ‘Eu’ e a liberdade referem-se ao corpo ou à alma?
A percepção do meu ‘Eu’ e a percepção da liberdade podem se referir a ambas as coisas:
- aos desejos do nosso corpo, que eu não posso satisfazer, significando então que eu não sou livre para realizá-los;
- aos desejos relativos ao Criador, quando eu estou, por exemplo, sob o controle das Klipot.
Em nosso mundo eu me sinto como um escravo da sociedade ou de meus desejos terrenos, que eu não posso rejeitar; por exemplo, fumar.
No mundo espiritual eu percebo claramente que eu sou escravo de meus desejos espirituais, porque além de mim mesmo e do Criador eu não revelo nenhuma outra fonte de forças e desejos que exista em volta de nós.
Pergunta: Se eu entendi corretamente, o desejo de experimentar prazer em prol de mim mesmo é o corpo, enquanto o desejo de experimentar prazer em prol de doar é a alma? (*NT: for the sake of <=> em prol de).
Nós estamos estudando o Partzuf espiritual. O desejo de experimentar prazer compreende o desejo primordial do Partzuf. Não estamos dizendo que isto já seja o corpo ou Kli. O Kli se forma completamente pela tela e a luz refletida, isto é, o desejo de experimentar prazer em prol do Criador, ou o desejo de realizar esse desejo pelo Criador. Mais precisamente, a intenção de usar o desejo de experimentar prazer, pelo Criador, é o corpo do Kli (Guf). A alma dentro desse corpo é a luz NRNHY que o preenche (*NT: sigla para Nefesh, Ruach, Neshamah, Chayah, Yechidah). É isto que nós estudamos sobre o espiritual, ou que é relatado no TES, isto é, aquilo que a pessoa revela.
Como isto se relaciona com o corpo? Nosso corpo biológico existe por si mesmo; isto também são desejos, mas desejos dos níveis inanimado, vegetativo e animal. Além disso, nós temos desejos humanos e sociais, mas esses desejos não se dirigem ao Criador de forma alguma.
O desejo pelo Criador somente pode existir quando traz alguma relação com Ele. Se alguém em nosso mundo pensa, ‘agora mesmo eu vou comer em prol do Criador’, bem, boa sorte... Porém, isto não é correção. Primeiro é preciso emergir um desejo por Ele, ou o desejo de experimentar prazer dEle, como a fonte do prazer. Somente após, torna-se possível trabalhar contra o desejo que foi dado, isto é, usá-lo com a intenção oposta.
Até que o Criador torne-Se revelado, nós não teremos adquirido o desejo de experimentar prazer dEle, ou a Klipa não vai emergir em nós. Enquanto a Klipa não aparecer em nós, nós não temos nada a corrigir. A Klipa está acima de nosso mundo, ela não corresponde aos nossos desejos terrenos.
O egoísmo de nosso mundo tem necessidade somente de coisas normais, que são comuns a todas as pessoas. Quando nós estudarmos o que é a sociedade do futuro, e como nós podemos regular desejos e relacionamentos entre nós, então nós compreenderemos que eles são todos construídos somente para se tornarem um trampolim para a construção da relação correta com o Criador, ou o caminho para o Kli espiritual.
Para entrar no nível da relação com o Criador, a partir de nosso mundo, nós precisamos trabalhar com livros, o grupo e um Professor. Nós examinaremos isto mais tarde; esses tópicos não são simples.
Pergunta: A única coisa que eu faço neste mundo é meramente escolher o ambiente, e isso é tudo?
Sim. A única realização correta em nosso mundo pode ser atingida somente através da escolha do ambiente, e não porque ele seja espiritual em si, mas porque ele mostra a direção correta do espiritual em mim.
Pergunta: O que significa em nosso mundo ‘o desejo de obter prazer no Criador’?
Em nosso mundo, isto é, no domínio do desejo em eu nós estamos colocados, não há aspiração por obter prazer no Criador. Eu não O vejo. Primeiro, mostrem o Criador a mim, e quando alguma imagem aparecer diante de mim, alguma fonte de prazeres, então eu desejarei ter prazer nEle.
Enquanto eu não tornar isto claro para mim mesmo, enquanto eu não tiver sentido o prazer da Luz Superior (o Criador), e não O tiver experimentado, pois como foi dito, "Taamu ve-reu Ku Shov a-Shem" (‘experimentem, e vejam como o Criador é maravilhoso’); enquanto eu não tiver percebido essa Luz Superior como a fonte do prazer, eu não terei nenhuma relação com ela – eu simplesmente, não a sinto. Ela existe, mas eu não a capto, porque o desejo relacionado a ela ainda não emergiu em mim; eu não tenho nem mesmo uma Klipa.
Quando as pessoas passam o Machsom? No livro ‘Pri Chacham – Cartas’, na carta que está na página 70, o Baal haSulam escreve que as pessoas passam o Machsom quando adquirem o desejo de um amante pela mulher que ele ama: ele não consegue dormir, ele quer tanto estar com ela que nada mais existe para ele, ele precisa somente desse prazer. Esse desejo ainda é animalístico, mais é o maior deste mundo, isso é, ‘eu não preciso de nada neste mundo, seja o que for que você seja capaz de me dar; eu quero apenas a Ele’. Isto já é o começo do desejo da Klipa. A partir desse desejo nós já podemos dizer que, obviamente, você está merecendo o Mundo Superior.
A Klipa são desejos grosseiros de obter prazer no Criador. A Klipa sabe o que o Criador é; ela sabe que espécie de prazer é este. Klipa são os nossos desejos que ainda não se revelaram em nós; eles se dirigem e orientam precisamente na direção dEle. A pessoa já pode corrigi-los; já pode fazer um Tzimtzum (*NT: restrição) sobre eles, ou um Masach (*NT: tela). Porém, nós ainda precisamos crescer para ter esses desejos (os desejos da Klipa). É por isso que eu sempre digo que a coisa mais importante no grupo e em nossos estudos é a grandeza e a importância do Criador.
Não estou dizendo que vocês devam pensar sobre como fazer algo agradável para Ele. Em vez disso, pensem em como fazer com que fique claro, que Ele é a fonte do maior prazer possível. Isto é tudo! Ad she lo Maniah li Lishon (o desejo é tão imenso que não me deixa dormir). É por isso que a importância do Criador é a coisa mais importante. Essa é a única coisa que precisa aparecer diante de meus olhos, para que um me incendeie apenas por isso. Então haverá o que corrigir. Porém, se em vez disso eu começar a observar várias dietas, considerar-me como um homem religioso, rejeitar a vida pessoal, excluir-me da sociedade etc., então eu não realizarei nada. Mesmo em nosso mundo, essa espécie de ações não é aprovada. A Torah proíbe todas as espécies de restrições. Esses não são, de forma alguma, os desejos que precisam ser suprimidos – ao contrário, eles precisam ser desenvolvidos.
Quando eu desenvolvo minha relação com o Criador, e adquiro um louco desejo por Ele, então involuntariamente todos esses desejos terrenos vão recuar para o chão. Porém, eles exigirão sua realização e satisfação, pois o corpo precisa funcionar – ele é construído dessa forma. Nosso corpo não pode ser satisfeito pelo Criador. Você pode pensar nEle o quanto quiser, mas o alimento espiritual não é alimento para o corpo biológico. Eu ainda preciso dar ao corpo tudo o que ele exige em qualquer nível.
Pergunta: O corpo da alma, soa como uma limitação. O corpo da alma deve ter algum tamanho específico?
O corpo da alma é o Guf haPartzuf. Ele é exatamente igual à luz ou o Criador que precisa tornar-se revelado para nós.
Estamos falando sobre fato de que a luz geral, que emana do Criador e precisa nos preencher, separa-se depois nas cinco luzes NaRaNChaI que entram nos cinco Kelim: Keter, Chochmah, Binah, ZA e Malchut, ou 613 partes em que esses 5 Kelim se dividem, o que é a mesma coisa.
Desse modo, nós temos a luz ou o Criador, e em face dEle o Kli ou a alma. Isto é tudo.
Pergunta: A alma é infinita do mesmo modo que o Criador?
Com a palavra ‘infinito’ nós queremos dizer que o preenchimento do Kli pela luz dá ao Kli a percepção de satisfação sem limites, sem começo ou fim. É por isso que esse estado é chamado ‘infinito’, ou ‘sem fim’.
Às vezes há um estado em que eu sinto que estou preenchido... sem fim. Então esse sentimento passa. Um pequeno Kli que tenha sido completamente preenchido por uma pequena luz é por assim dizer ‘obturado’ por ela, e percebe a si mesmo como tendo sido satisfeito infinitamente, sem limites, até a borda. Então ele cresce e percebe que não há luz suficiente, e começa novamente a se mover em perseguição da luz.
Quando nós atingirmos o estado em que o Kli nunca mais muda, isto é, ele corresponderá completamente à luz, isto será a Correção Completa (Gmar Tikkun), do ponto de vista do Kli, e o completo preenchimento pela Luz: o Mundo da Infinidade.

Fonte: Centro Mundial de estudos de kabbalah