Tuesday, 17 February 2009

Como "nenhuma parte desta obra - Os Monólogos da Vagina - pode ser reproduzida... sem autorização prévia e escrita do editor. Exceptua-se naturalmente a transcrição de pequenos textos ou passagens para apresentação ou crítica do livro..." (observação no Livro das Publicações Europa-América), vou ainda apresentá-lo mais, dando a minha opinião, a fazer chegar à autora também, se possível:

i) "Para Ariel que fez vibrar a minha vagina e o meu coração explodir de contentamento"
Este não é portanto um livro (peça) feminista, nem pornográfico, como é dito à frente, nem sequer de sexo somente... Como é sabido: a) éramos inicialmente espermatozóide ou óvulo – separados (mas não nos lembramos – os pais se lembram); b) nossos pais se juntaram (talvez tenhamos ajudado nessa junção); c) da união deles ficámos unidos (com os dois sexos ou sem sexo, que é o mesmo), até nova desunião, ( mesmo tendo sempre algo do sexo oposto, podemos estar muito longe dele...); d) eventualmente ficamos essencialmente hermafroditas/unidos de novo, mesmo que com sexo definido... pois, sexo não é tudo, ou, talvez seja: "Eis um grupo de mulheres deitadas de costas ... (mas é um pouco feminista, compreensivelmente..) em tapetes à procura do ponto mais sensível, do locus, da nossa razão de ser...", e, "Entre a multidão de pulsões de atracção e de repulsa que dão origem à fixação no eu, o desejo sexual é certamente uma das mais poderosas, porque faz intervir os cinco sentidos ao mesmo tempo". (in: O INFINITO NA PALMA DA MÃO, de M.Ricard e T.X.Thuan, da casa das letras)

ii) "Vagina. Pronto, já disse. Vagina... Digo-a porque supostamente não devia dizê-la... Digo-a porque acredito que algo que não é dito também não é visto, a sua existência não é reconhecida ou recordada. O que não dizemos torna-se um segredo e os segredos dão muitas vezes origem a vergonha, medos e mitos (não verdades). Digo-a porque quero um dia sentir-me à vontade quando a digo, e não envergonhada e culpada".
Seguramente que Eve concordará: há um tempo para o segredo e outro para a divulgação, e, a liderança alterna eternamente entre todos os seres. Feliz a(o)s que sabem quando calar e quando falar...
Quanto ao mito, não há dúvida de que, na impossibilidade da verdade, lhe pode ser quase tão igual em poder e glória (veja-se, p.e., Ulisses, da Mensagem de Pessoa)... Mas, é possível a verdade, nomeadamente a de que somos eternos e imortais, e, a mudança e a interdependência e a igualdade é que são tudo...

iii) "E, à medida que mais mulheres dizem esta palavra, dizê-la torna-se menos extraordinário. Ela torna-se parte da nossa linguagem, parte das nossas vidas. As nossas vaginas tornam-se uma parte integrante, são respeitadas e sagradas. Passam a fazer parte dos nossos corpos, a estar ligadas às nossas mentes e a alimentar os nossos espíritos. A vergonha desaparece e a violação pára porque as vaginas são visíveis e reais e estão ligadas a mulheres fortes e sábias que não receiam dizer «vagina»."

iv) "Depois ... fez-me tudo, a mim e ao meu pipi, tudo o que eu sempre pensara que era mau. E uau!...".
Como pode alguém dizer que não há Deus, se não controlamos tudo?
Mas, pecado não pode ser o que outro(a), tu, outro ou até parte de mim não quer. Pecado é o que nos faz mal. E, o que é que Deusa e Deus querem se não serem suamente felizes e todos os demais seres também? Para quando o Monólogo em Portugal?

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