Tuesday, 22 December 2009

Amigo Dr. Paulo Coelho,

Associar o vazio com o mal (http://colunas.g1.com.br/paulocoelho/) nunca tinha ouvido.
Cada vez me convenço mais que J. Krishnamurti é o grande mestre dos últimos tempos, só nos cabendo porventura ir mais além, ou aquém, conforme os casos.
Ora, J.K., não interessa que já tenha falecido, e que assenta todo o seu ensino nos factos, afirma que no bem não há mal nem no mal bem, pois, o bem, o amor não é o oposto do mal, do ódio. Mesmo no dia a dia, não só em sentido absoluto. E, ele deve estar certo, embora eu já tenha escrito que o bem está no mal e o mal no bem – talvez interpretação errada do taoismo…
A sua argumentação é a seguinte, pág. 43 de “Será que a humanidade pode mudar?”, da Dinalivro, Portugal: “…Sou ganancioso, isso é um facto. Tento tornar-me não-ganancioso, o que é um não-facto, mas, se permanecer com o facto de que sou ganancioso, posso, efectivamente, fazer alguma coisa a esse respeito (ele não defende disciplinas, nem esforços neste fazer – o “milagre” acontece com a compreensão disto). Assim, não há oposto(s)”.
Ora, sendo bem conhecido que um copo/casa/etc podem ser bem melhores vazios do que cheios, permita-me citar J. K: Pg 24 de: http://www.esnips.com/doc/1088413e-9239-4fe1-973d-0d00b4047884/Krishnamurti---A-Arte-da-Medita%C3%A7%C3%A3o, sobre o caso do pensamento: “… A ambição e o amor não podem coexistir. Como pode a beleza estar relacionada com o homem ambicioso? Só há beleza quando a vista não é contaminada pelo pensamento, pois, a beleza é a própria essência do vazio (ausência, sem repressão, mas pela compreensão, por exemplo, de que pensamento é tempo, memória) do pensamento. A beleza não é uma experiência nem uma sensação de prazer. A beleza, do mesmo modo que o amor, é o abandono do centro…”

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