Artur, nunca esquecerei tua grandeza e amor.
Medo do desconhecido, da morte?
Mas, desconhecido pode ser extraordinariamente bom!
Medo de parar? Só querendo continuar? Mas, sem paragem,
sem morrer, sem dormir, sem eu, sem desmemorização
não há novo, não há criativo, não há renovação,
não há eterno, Deus, desconhecido!...
O contínuo só encontra o que projecta para fora
de si próprio... Muito pouco, não é? E irreal.
Não basta pôr nome de novo! Só morrendo em cada momento
para todo o velho, pode acontecer todo o novo, impossibilitado,
de se manifestar na continuidade. Não é evidente?
Primeiro não aceitamos a morte, depois queremos pontes
para ela? Como pode ser? Mas, vivendo, morrendo, vivendo, morrendo,
vivendo... Vida e morte também são uma em nós, extremamente
gozosas, não é?
E, que bela a água tão brilhante numa bela manhã cinzenta de verão
no rio de lisboa!...
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O processo psiquiátrico analítico de libertação dos traumas do passado até por meio de regressões e visões de feridas e sofrimentos de vidas anteriores não é completo, se é que não é prejudicial, e, compreendendo isto, o processo analítico pára, não por força, e a mente fica verdadeiramente liberta, dissociada, não mais dependente do passado ou futuro, (não precisamos de grande pensar para recordar belo passado ou caminho para casa!).
Compreender verdadeiramente não é analisar, nem criticar nem julgar: é escutar, observar com toda a atenção e amor, não é?
E, cada vez tenho mais dúvidas sobre a virtude da agitação, do questionamento, da preocupação, da dissecação,da análise... Impossíveis sem dor, não é?
Vida é para se viver sempre agora de acordo com o existente, com o que há... Isto é que é acção!
Como pode o homem estúpido, que nunca para e diz «sou estúpido», por mais que trabalhe para ser esperto, vir a ser esperto? Agir sem objectivo, de deixar de ser pequeno, avarento, cruel, pobre, estúpido, insensato... De triunfar, de ser feliz, etc. é vermos tudo o que somos de negativo, todas as necessidades que temos. Ora, basta ver que sou pobre para ir ganhar dinheiro, não é? Agora, se ajo de acordo com o ideal de vir a ser rico, limpo, virtuoso, inteligente... O que acontece? A riqueza, a limpeza, a virtude, a inteligência... Serão adiados ou atingidos de forma superficial e limitada, não é?
Se não tivermos ideias nem ideais para melhorarmos, vemos o que somos: mesquinhos, avarentos, egoístas, pobres... Será que conseguimos ver? E, ver que sou avarento não me faz imediatamente amar, ser generoso? E, vermos que somos pobres, não nos faz ricos?
A grande verdade é que, entrando profundamente nos problemas, eles deixam de existir.
Não é extremamente belo o problema amado!
E, obviamente, a aproximação aos problemas somente por meio de estatísticas e médias de massas nada resolve e é altamente exploradora, enganadora e opressora, pois, nós somos é todos iguais e todos diferentes, não todos diferentes nem todos iguais.
É por isso que somente cada um de nós pode resolver os seus problemas, mesmo que com ajudas.
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