Sunday, 19 July 2009

Se penso, creio, digo(disse) que sou/fui... Humilde, rico, pobre, doente, saudável, desperto, dormente, corajoso, cobarde, feliz, infeliz, bonito, feio, inteligente, estúpido, paciente, impaciente, bom, mau, homem, mulher... Já não o sou, deixo de o ser. A partir do momento em que tomamos bem consciência de uma coisa, ela vai-se.

Quando vemos que somos
a dor, ela desaparece,
o mesmo acontecendo
com o prazer, a humildade,
a felicidade...

Somos sobreiro,
somos cortiça,
somos dinheiro,
somos prazer,
somos tudo,
e não somos nada.

A origem, a fonte,
a causa da dor
é o deficiente observar.
Não podemos pensar,
funcionar, olhar
a partir de um centro,
seja ele uma conclusão,
uma frase, uma ideia,
um facto, uma esperança,
um desespero, etc..
Tal observar
é muito estreito
e origina paragem
e tristeza.

Não temos medo
do vazio, da solidão;
não reagimos à tristeza,
não racionalizamos,
não arranjamos explicações
para ela, não fugimos dela
por meio de médiuns, guias,
ou teorias sem fundamento.
Vivemos inteiramente a tristeza,
e, ela se vai e alegria,
felicidade verdadeiras
vêm.

Não nos habituarmos
nem ao belo nem ao feio,
nem à tristeza nem à felicidade...
Sem opiniões, mas vivendo
de forma inteira,
sem mexericos.

Quanto mais perto
mais compreendemos.
Quanto menos objecções,
ideias preconcebidas,
condenações, apegos
ou repulsas, mais compreendemos.
Quanto mais amor
e mais comunhão,
mais compreensão,
inclusivamente da tristeza,
da ambição.

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