Saturday, 18 July 2009

Outra forma da violência:
todos querermos segurança,
certezas, em particular
nos relacionamentos;
assim, se nos vierem atacar
e pôr em causa, abanar
tal segurança, defendemo-nos.
Mas, existe tal coisa como segurança
e certezas nos relacionamentos?

O ideal da não violência,
já vimos, não liberta
nem da violência
nem de nada mau.
Mas olhando e compreendendo
passivamente a violência,
ela cessa.

Nós criamos o inimigo:
preocupemo-nos com nosso
pensamento e acção, não
com inimigo. Amor transcende
amigo, que pode virar inimigo
e inimigo, que pode virar amigo.

Paz, satisfação,
felicidade, eis
o que todos procuramos...
Mas, se felicidade, a não sensação
é muito mais importante que satisfação,
a felicidade que deriva do não eu,
havemos de nos ficar pela satisfação?

Não há nada de mal
nas sensações, nas paixões,
no desejo, no poder, nas posições,
nas coisas boas e belas...
Mas, isto é tão pouco, tão superficial,
nada espiritual!
Felicidade, alegria não é mera sensação,
é cessação do ego(eu),
é o vazio, a paz, outras sensações,
a não sensação, a unidade, a união,
é o amor!

Se digo que sou (fui) humilde ou feliz,
deixo de o ser.

A felicidade é agora
e aqui; não é a satisfação
que coisas, seres, pessoas, ideias dão.
Não é para se buscar,
mas, para se viver,
para se viver...
O feliz nem tem consciência
de que o é (consciência
é conflito, não alegria).

Estamos sempre tudo
e todos a mudar,
mas somos todos e tudo
sempre O mesmo e os mesmos.
Não é felicidade só para nós
mas para tudo/todos;
não é felicidade só
para fugirmos à dor;
não é sequer a felicidade desejar,
muito menos para não acabar.
É sem nenhum eu, nem
o mais subtil.

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