Auto-retrato
Magro, de olhos azuis, carão moreno,
Bem servido de pés, meão de altura,
Triste de facha, o mesmo de figura,
Nariz alto no meio, e não pequeno;
Incapaz de assistir num só terreno,
Mais propenso ao furor do que à ternura;
Bebendo em níveas mãos, por taça escura,
De zelos infernais letal veneno;
Devoto incensador de mil deidades
(Digo de moças mil) num só momento,
E somente no altar amando os frades,
Eis Bocage em quem luz algum talento;
Saíram dele estas verdades,
Num dia em que se achou mais pachorrento.
Bocage
Sublinhados e achegas(?) do livro: “Sobre a Verdade” (On Truth), de Krishnamurti, da Editora Cultrix, São Paulo, 2000
(págs. 43)
“… Só quando existe integração é que ocorre libertação da dor…
Enquanto existir o desejo de se livrar da dor, de resistir à dor, de buscar explicações, de evitar, a dor será uma sombra a perseguir-nos incessantemente.
Sendo assim, o que há de importante nesta questão é a forma como cada um de nós reage à dor psicológica – quando estamos consternados, magoados, e assim por diante…”
São muito bem conhecidas as relações entre psicológico e fisiológico e vice-versa. Por exemplo, um temor poderá desencadear uma arritmia, uma queda de açúcar no sangue… Com fortes dores físicas/fisiológicas que podem, por sua vez, aumentar o temor… E, um mal estar físico ocasiona uma situação psicológica difícil, sendo neste caso, p.e., impossível criar, mental e psicologicamente, alguma coisa de jeito. Não podemos pois resumir tudo ao psicológico. Mas, o que também não há absolutamente dúvida alguma é que Krishnamurti é incrível mestre do psicológico, do pensamento, do sentimento!
Pág. 45
“… Mas a dificuldade é, por certo, o fato de que a maioria prefere continuar com os seus hábitos de pensamento e sentimento, com suas tradições, crenças e esperanças. Sem dúvida a mente é feita de tudo isso. E como pode a mente, assim, sentir algo que não seja a sua própria projeção? Sem dúvida ela não pode. Portanto ela só pode compreender o próprio mecanismo e enxergar a verdade das próprias atividades. Se o fizer, em seguida ocorrerá a libertação disso e a experiência sem intermediários…”
Podemos dizer que o gigantesco contributo de Krishnamurti foi/é a descoberta do porquê do conflito, do esforço interior e exterior destruidores, e, a libertação, a integração, a vida plena, com essa descoberta/compreensão.
Pág. 47
“… (nada nem ninguém nos) ajudará a compreender esses problemas, porque eles foram criados por você e por outros iguais a você. E por eles serem criados por você, você não pode compreendê-los sem se compreender a você mesmo; e para compreender a você mesmo, a sua forma de viver, a cada momento, a cada dia, ano após ano, você precisa de INTELIGÊNCIA, de uma grande dose de PERCEPÇÂO, de AMOR e PACIÊNCIA.”
Mas, quando lemos textos como estes, logo duvidamos se faltou alguma coisa no ensino de Krish, pois, por exemplo, a percepção de que ele tanto fala não é de modo algum somente psicológica. E, tão pouco a primeira parte deste parágrafo pode sugerir que Krish. tivesse dúvidas de que a sua mensagem era/é uma altíssima ajuda à nossa compreensão e libertação de todos os problemas: é unicamente mais uma das “suas” grandes verdades/factos, ou seja, de que nem mesmo um incrível e sábio amigo adianta, se não fizermos a nossa parte…
Pág. 49
“… Quando você afirma que precisa seguir alguém, será que isso não implica que a verdade é estacionária, que a verdade está aí para que você seja levado a ela, para que você a veja e agarre?”
A verdade não tem morada fixa, e, é sempre nova a cada momento, como diz K. noutros locais. E, nesta mesma página: “Como experimentarei com espontaneidade algo original se me dizem: «isto é original, experimente».” Isto é, até por definição, se foi original para/de outro, já o não pode ser nosso.
Pág. 50
“… A verdade não nos chega pela autoridade. Ela precisa ser descoberta a cada momento. Não se trata de algo, permanente, duradouro, contínuo (que não mude, suponho)… Isto requer uma grande dose de atenção, uma mente bastante atenta, e você não compreenderá isso nem permitirá que isso chegue a você [ K. vai de seguida afirmar a impossibilidade de chegarmos à Verdade: ela é que vem a nós. Mas, claro, está implícito que nos temos de chegar a ela(e)…] pela mera citação de autoridades ou por especulações acerca da existência ou não de Deus. Você precisará é sentir o que eu digo como indivíduo (eis o implícito), ou melhor, deixar que isso chegue a você. Você com certeza não chegará a isso (?).
Pág. 51
“… Este é o fato fundamental a ser compreendido. Não existe nenhum truque da mente, nenhum controle, nenhuma virtude, nenhuma compulsão, nenhuma forma de supressão que faça a mente chegar à verdade. Tudo o que a mente pode fazer é manter-se quieta…”
E, repete-se, só há um modo da mente ficar quieta: compreensão permanente do funcionamento da mente, do conflito, todos os conflitos nascem na mente e é aí que são eliminados pela COMPREENSÃO deles e do modo como a mente funciona (o conflito resulta de não gostarmos do existente e criarmos o seu ideal irreal oposto, o qual nos esforçamos por vezes incessante e insanamente por atingir). O que não quer dizer que nos transformamos num vegetal, conformistas com mal, pobreza, ignorância, etc. Pelo contrário, PERCEBER é a ação das acções que tudo resolve e melhora!
Pág. 51 ainda:
“… Como eu já disse, eu falo para o indivíduo (in-diviso) porque apenas o indivíduo pode mudar, não a massa (massas); sendo assim, o indivíduo é de uma importância infinita. Eu sei que é moda (isto foi em 1958!) falar
Pág. 52
sobre (e a ) grupos, massa(s), raça(s), como se o indivíduo não tivesse importância alguma; mas em qualquer ação criativa o importante é o indivíduo…”
Isto não que dizer que K. tenha menosprezado os grupos.
Pelo contrário, parece que sempre sobrepôs o indivíduo ao grupo, sendo que, neste aspeto, a situação de hoje terá piorado em relação à de 1958.
“ O indivíduo não pode derrubar a montanha, mas pode estabelecer uma nova corrente de pensamento que criará uma série de ações (indivíduos) originais”.
Efectivamente, a montanha(os grupos ) parecem incapazes de pensar, são até mesmo geralmente inimigos do bom pensamento. E, a nunca esquecer, nem o maior indivíduo consegue “reformar a enorme confusão, a montanha da desintegração” … Pela ação normal “…Mas se qualquer um de nós for verdadeiramente individual no sentido de estar tentando compreender todo o processo da mente, então ele será uma entidade criativa, uma pessoa livre, não condicionada, capaz de perseguir a verdade por si mesma, e não ficar buscando resultados”. (não buscar é encontrar!)
Bocage é muito famoso, não só pela sua poesia, como pelas anedotas, e, por ter “gozado a vida”. Entretanto, no final da vida, escreveu:
Já Bocage não sou!... À cova escura
Meu estro vai parar desfeito em vento...
Eu aos Céus ultrajei! O meu tormento
Leve me torne sempre a terra dura;
Conheço agora já quão vã figura,
Em prosa e verso fez meu louco intento:
Musa!... Tivera algum merecimento
Se um raio da razão seguisse pura.
Eu me arrependo; a língua quase fria
Brade em alto pregão à mocidade,
Que atrás do som fantástico corria:
Outro Aretino fui... a santidade
Manchei!... Oh! Se me creste, gente ímpia,
Rasga meus versos, crê na eternidade!
Wednesday, 31 March 2010
Percepção e desejo
A coisa de ontem não
é igual à de hoje:
tudo é igual e diferente,
e, a verdadeira percepção
não compara.
Comparação é inimiga
da completa percepção
ou comunhão.
Viver/ser sem contradição,
sem conflito interno
nem externo, sem desejo\decisão
egoísta é que é viver.
E, se em mim todos desejam
com todos, não haverá mal
no desejo.
A coisa de ontem não
é igual à de hoje:
tudo é igual e diferente,
e, a verdadeira percepção
não compara.
Comparação é inimiga
da completa percepção
ou comunhão.
Viver/ser sem contradição,
sem conflito interno
nem externo, sem desejo\decisão
egoísta é que é viver.
E, se em mim todos desejam
com todos, não haverá mal
no desejo.
Tuesday, 30 March 2010
Conhecermo-nos…:
O(a) grande deficiente,
Pouco mais que animal,
Vai com a gente.
O muito inteligente,
Mas sem amor,
É explorador.
O violento
Quer ser dominador.
O equilibrado
É respeitador.
O libertado
Não tem medo:
É considerado.
Não podemos separar
Psicológico
De fisiológico,
De tecnológico.
E, se com passado
Não devemos cortar,
Não podemos deixar
De inovar.
O(a) grande deficiente,
Pouco mais que animal,
Vai com a gente.
O muito inteligente,
Mas sem amor,
É explorador.
O violento
Quer ser dominador.
O equilibrado
É respeitador.
O libertado
Não tem medo:
É considerado.
Não podemos separar
Psicológico
De fisiológico,
De tecnológico.
E, se com passado
Não devemos cortar,
Não podemos deixar
De inovar.
Monday, 29 March 2010
Uma pessoa nasce do esforço, vive esforçando-se, morre muitas vezes em esforço e ansiedade.Terá forçosamente de ser assim? Quem não se esforça é mesmo preguiçoso? Haverá maneira de produzirmos sem esforço, sem atrito, sem conflito?
Já mais do que um colega, em momentos de grande tranquilidade até no emprego, mostrou na minha presença sinais de grande preocupação. Haverá algum fundamento para esta preocupação?
“ LONDRES, 23 de ABRIL DE 1952
Krishnamurti: Para a maioria de nós, a vida é toda ela baseada no esforço, em algum tipo de vontade. Somos incapazes de conceber uma ação que não se baseie nisso. A vida social, económica, e a assim chamada vida espiritual não passam de uma série de tentativas, sempre culminando em determinado resultado. Nós acreditamos que o esforço é essencial. Iremos agora descobrir se é possível viver de forma diferente, sem essa batalha constante.
Por que fazemos tentativas? Explicando de uma maneira simples: fazemos isso para alcançar um resultado, atingir a meta, não é mesmo? Sem as tentativas, nós achamos que iremos estagnar (recordo-me da expressão do meu amigo inglês: “ It’s necessary to keep the things on going” – é necessário manter as coisas a andar…). Fazemos uma ideia da meta (esquecendo-nos tanta vez de que a meta é o caminho!), cuja busca se torna a nossa luta incessante; e a luta agora é parte da nossa vida (está, por vezes terrível, por toda a parte). Quando queremos fazer alguma alteração ou promover uma mudança radical (talvez por grande aflição vivida), fazemos esforços tremendos para eliminar antigos hábitos, para resistir às habituais influências do ambiente e assim por diante. Ou seja, acostumamo-nos a essa série de esforços visando atingir ou conseguir algo, visando viver.
Bem, eu pergunto: não é todo este empenho uma atividade da indivividualidade? Não é o empenho uma atividade que gira em torno de nós mesmos? Se fazemos um esforço partindo do núcleo da nossa personalidade, ele por certo provocará mais conflito, confusão e infortúnio. Ainda assim continuamos a fazer tentativa após tentativa; e poucos de nós percebem que a atividade [mesmo a do auto-conhecimento(!), suponho, não é, amigo?] que gira em torno de nós mesmos, ou esse empenho, não soluciona nenhum dos nossos problemas. Ao contrário, só faz aumentar a nossa confusão, nossos infortúnios e dores. Ou sabemos disto, e ainda assim continuamos com a esperança de romper de alguma forma essas tentativas ou atividades, que constituem a ação da vontade?
Este é o nosso problema: será possível qualquer compreensão (sendo compreender, agir) sem empenho? Será possível enxergar o que é real, o que é verdade, sem introduzir a ação da vontade, ação esta essencialmente baseada na individualidade, no “eu”? (Claro que ninguém consegue dizer tudo bem e ao mesmo tempo, e, mesmo Krish. quando muito lido não é o revolucionário que por vezes aparenta ser: p.e., no final do “Voo da Águia” afirma que não resolvemos tudo de uma só vez, pela profunda, intensa observação: isso tem de ser todos os dias, a todo o momento. Como podia ser de outro modo? O mesmo acontecendo possivelmente sobre questões como esta do exercício da vontade ou decisão: a decisão só seria então má quando egoísta). Além disso, sem empenho não haverá o perigo da deterioração, do adormecimento ou da estagnação? Talvez, como eu estou dizendo..."
In: pág. 35 e 36 de: “Sobre a Verdade” (On Truth), de Krishnamurti, da Editora Cultrix, São Paulo, 2000
Já mais do que um colega, em momentos de grande tranquilidade até no emprego, mostrou na minha presença sinais de grande preocupação. Haverá algum fundamento para esta preocupação?
“ LONDRES, 23 de ABRIL DE 1952
Krishnamurti: Para a maioria de nós, a vida é toda ela baseada no esforço, em algum tipo de vontade. Somos incapazes de conceber uma ação que não se baseie nisso. A vida social, económica, e a assim chamada vida espiritual não passam de uma série de tentativas, sempre culminando em determinado resultado. Nós acreditamos que o esforço é essencial. Iremos agora descobrir se é possível viver de forma diferente, sem essa batalha constante.
Por que fazemos tentativas? Explicando de uma maneira simples: fazemos isso para alcançar um resultado, atingir a meta, não é mesmo? Sem as tentativas, nós achamos que iremos estagnar (recordo-me da expressão do meu amigo inglês: “ It’s necessary to keep the things on going” – é necessário manter as coisas a andar…). Fazemos uma ideia da meta (esquecendo-nos tanta vez de que a meta é o caminho!), cuja busca se torna a nossa luta incessante; e a luta agora é parte da nossa vida (está, por vezes terrível, por toda a parte). Quando queremos fazer alguma alteração ou promover uma mudança radical (talvez por grande aflição vivida), fazemos esforços tremendos para eliminar antigos hábitos, para resistir às habituais influências do ambiente e assim por diante. Ou seja, acostumamo-nos a essa série de esforços visando atingir ou conseguir algo, visando viver.
Bem, eu pergunto: não é todo este empenho uma atividade da indivividualidade? Não é o empenho uma atividade que gira em torno de nós mesmos? Se fazemos um esforço partindo do núcleo da nossa personalidade, ele por certo provocará mais conflito, confusão e infortúnio. Ainda assim continuamos a fazer tentativa após tentativa; e poucos de nós percebem que a atividade [mesmo a do auto-conhecimento(!), suponho, não é, amigo?] que gira em torno de nós mesmos, ou esse empenho, não soluciona nenhum dos nossos problemas. Ao contrário, só faz aumentar a nossa confusão, nossos infortúnios e dores. Ou sabemos disto, e ainda assim continuamos com a esperança de romper de alguma forma essas tentativas ou atividades, que constituem a ação da vontade?
Este é o nosso problema: será possível qualquer compreensão (sendo compreender, agir) sem empenho? Será possível enxergar o que é real, o que é verdade, sem introduzir a ação da vontade, ação esta essencialmente baseada na individualidade, no “eu”? (Claro que ninguém consegue dizer tudo bem e ao mesmo tempo, e, mesmo Krish. quando muito lido não é o revolucionário que por vezes aparenta ser: p.e., no final do “Voo da Águia” afirma que não resolvemos tudo de uma só vez, pela profunda, intensa observação: isso tem de ser todos os dias, a todo o momento. Como podia ser de outro modo? O mesmo acontecendo possivelmente sobre questões como esta do exercício da vontade ou decisão: a decisão só seria então má quando egoísta). Além disso, sem empenho não haverá o perigo da deterioração, do adormecimento ou da estagnação? Talvez, como eu estou dizendo..."
In: pág. 35 e 36 de: “Sobre a Verdade” (On Truth), de Krishnamurti, da Editora Cultrix, São Paulo, 2000
Uma pessoa nasce do esforço, vive esforçando-se, morre muitas vezes em esforço e ansiedade.Terá forçosamente de ser assim? Quem não se esforça é mesmo preguiçoso? Haverá maneira de produzirmos sem esforço, sem atrito, sem conflito?
Já mais do que um colega, em momentos de grande tranquilidade até no emprego, mostrou na minha presença sinais de grande preocupação. Haverá algum fundamento para esta preocupação?
“ LONDRES, 23 de ABRIL DE 1952
Krishnamurti: Para a maioria de nós, a vida é toda ela baseada no esforço, em algum tipo de vontade. Somos incapazes de conceber uma ação que não se baseie nisso. A vida social, económica, e a assim chamada vida espiritual não passam de uma série de tentativas, sempre culminando em determinado resultado. Nós acreditamos que o esforço é essencial. Iremos agora descobrir se é possível viver de forma diferente, sem essa batalha constante.
Por que fazemos tentativas? Explicando de uma maneira simples: fazemos isso para alcançar um resultado, atingir a meta, não é mesmo? Sem as tentativas, nós achamos que iremos estagnar (recordo-me da expressão do meu amigo inglês: “ It’s necessary to keep the things on going” – é necessário manter as coisas a andar…). Fazemos uma ideia da meta (esquecendo-nos tanta vez de que a meta é o caminho!), cuja busca se torna a nossa luta incessante; e a luta agora é parte da nossa vida (está, por vezes terrível, por toda a parte). Quando queremos fazer alguma alteração ou promover uma mudança radical (talvez por grande aflição vivida), fazemos esforços tremendos para eliminar antigos hábitos, para resistir às habituais influências do ambiente e assim por diante. Ou seja, acostumamo-nos a essa série de esforços visando atingir ou conseguir algo, visando viver.
Bem, eu pergunto: não é todo este empenho uma atividade da indivividualidade? Não é o empenho uma atividade que gira em torno de nós mesmos? Se fazemos um esforço partindo do núcleo da nossa personalidade, ele por certo provocará mais conflito, confusão e infortúnio. Ainda assim continuamos a fazer tentativa após tentativa; e poucos de nós percebem que a atividade [mesmo a do auto-conhecimento(!), suponho, não é, amigo?] que gira em torno de nós mesmos, ou esse empenho, não soluciona nenhum dos nossos problemas. Ao contrário, só faz aumentar a nossa confusão, nossos infortúnios e dores. Ou sabemos disto, e ainda assim continuamos com a esperança de romper de alguma forma essas tentativas ou atividades, que constituem a ação da vontade?
Este é o nosso problema: será possível qualquer compreensão (sendo compreender, agir) sem empenho? Será possível enxergar o que é real, o que é verdade, sem introduzir a ação da vontade, ação esta essencialmente baseada na individualidade, no “eu”? (Claro que ninguém consegue dizer tudo bem e ao mesmo tempo, e, mesmo Krish. quando muito lido não é o revolucionário que por vezes aparenta ser: p.e., no final do “Voo da Águia” afirma que não resolvemos tudo de uma só vez, pela profunda, intensa observação: isso tem de ser todos os dias, a todo o momento. Como podia ser de outro modo? O mesmo acontecendo possivelmente sobre questões como esta do exercício da vontade ou decisão: a decisão só seria então má quando egoísta). Além disso, sem empenho não haverá o perigo da deterioração, do adormecimento ou da estagnação? Talvez, como eu estou dizendo..."
In: pág. 35 e 36 de: “Sobre a Verdade” (On Truth), de Krishnamurti, da Editora Cultrix, São Paulo, 2000
Já mais do que um colega, em momentos de grande tranquilidade até no emprego, mostrou na minha presença sinais de grande preocupação. Haverá algum fundamento para esta preocupação?
“ LONDRES, 23 de ABRIL DE 1952
Krishnamurti: Para a maioria de nós, a vida é toda ela baseada no esforço, em algum tipo de vontade. Somos incapazes de conceber uma ação que não se baseie nisso. A vida social, económica, e a assim chamada vida espiritual não passam de uma série de tentativas, sempre culminando em determinado resultado. Nós acreditamos que o esforço é essencial. Iremos agora descobrir se é possível viver de forma diferente, sem essa batalha constante.
Por que fazemos tentativas? Explicando de uma maneira simples: fazemos isso para alcançar um resultado, atingir a meta, não é mesmo? Sem as tentativas, nós achamos que iremos estagnar (recordo-me da expressão do meu amigo inglês: “ It’s necessary to keep the things on going” – é necessário manter as coisas a andar…). Fazemos uma ideia da meta (esquecendo-nos tanta vez de que a meta é o caminho!), cuja busca se torna a nossa luta incessante; e a luta agora é parte da nossa vida (está, por vezes terrível, por toda a parte). Quando queremos fazer alguma alteração ou promover uma mudança radical (talvez por grande aflição vivida), fazemos esforços tremendos para eliminar antigos hábitos, para resistir às habituais influências do ambiente e assim por diante. Ou seja, acostumamo-nos a essa série de esforços visando atingir ou conseguir algo, visando viver.
Bem, eu pergunto: não é todo este empenho uma atividade da indivividualidade? Não é o empenho uma atividade que gira em torno de nós mesmos? Se fazemos um esforço partindo do núcleo da nossa personalidade, ele por certo provocará mais conflito, confusão e infortúnio. Ainda assim continuamos a fazer tentativa após tentativa; e poucos de nós percebem que a atividade [mesmo a do auto-conhecimento(!), suponho, não é, amigo?] que gira em torno de nós mesmos, ou esse empenho, não soluciona nenhum dos nossos problemas. Ao contrário, só faz aumentar a nossa confusão, nossos infortúnios e dores. Ou sabemos disto, e ainda assim continuamos com a esperança de romper de alguma forma essas tentativas ou atividades, que constituem a ação da vontade?
Este é o nosso problema: será possível qualquer compreensão (sendo compreender, agir) sem empenho? Será possível enxergar o que é real, o que é verdade, sem introduzir a ação da vontade, ação esta essencialmente baseada na individualidade, no “eu”? (Claro que ninguém consegue dizer tudo bem e ao mesmo tempo, e, mesmo Krish. quando muito lido não é o revolucionário que por vezes aparenta ser: p.e., no final do “Voo da Águia” afirma que não resolvemos tudo de uma só vez, pela profunda, intensa observação: isso tem de ser todos os dias, a todo o momento. Como podia ser de outro modo? O mesmo acontecendo possivelmente sobre questões como esta do exercício da vontade ou decisão: a decisão só seria então má quando egoísta). Além disso, sem empenho não haverá o perigo da deterioração, do adormecimento ou da estagnação? Talvez, como eu estou dizendo..."
In: pág. 35 e 36 de: “Sobre a Verdade” (On Truth), de Krishnamurti, da Editora Cultrix, São Paulo, 2000
Questionador: Já percebi que um grupo que se reúne com regularidade para discutir seus ensinamentos tende a se tornar confuso e enfadonho. Será melhor pensar sobre tudo isto a sós ou na companhia de outros?
K.: O que é importante? Não é encontrar, descobrir por conta própria tudo acerca de você mesmo? Se esta for a sua necessidade urgente, imediata e instintiva, então você pode fazer isso na companhia de um ou de muitos, por você mesmo ou com dois ou três. Mas quando falta isso, os grupos tornam-se enfadonhos. Então as pessoas que participam deles são dominadas por um ou dois membros que sabem tudo, que estão em contato direto com a pessoa que já disse tudo isso. Eles se tornam então a autoridade, e gradualmente exploram os demais. Este jogo é bem conhecido. Mas as pessoas se submetem a ele porque GOSTAM (têm prazer = dor) de estar juntas. Gostam de falar, de ouvir os últimos mexericos ou as últimas novidades. E assim há logo uma deterioração. Você começa com uma intenção séria e isso logo torna-se algo ameaçador.
Mas se nós com insistência, sentimos mesmo a necessidade de descobrir por conta própria o que é verdade, então todos os relacionamentos são importantes. Mas essas pessoas são raras. Porque na realidade não somos sérios e logo transformamos os grupos e organizações em algo que deve ser evitado. Isso depende, sem dúvida, de até onde vai a sua avidez em descobrir tudo por si mesmo. E a descoberta pode ocorrer em qualquer situação – não apenas num grupo, ou quando você está a sós, mas sempre que você se mostrar consciente e sensível aos chamados do seu próprio ser. Observar a si mesmo – sua forma de falar à mesa, sua forma de falar com o vizinho, com o subordinado, com o patrão [com o colega, com o amigo(a)…] – por certo tudo isso, se a pessoa está consciente, indica o estado do seu ser. Esta é a descoberta importante, pois é ela que liberta.
In: pág. 41 de “Sobre a Verdade” (On Truth), de Krishnamurti, da Editora Cultrix, São Paulo, 2000
K.: O que é importante? Não é encontrar, descobrir por conta própria tudo acerca de você mesmo? Se esta for a sua necessidade urgente, imediata e instintiva, então você pode fazer isso na companhia de um ou de muitos, por você mesmo ou com dois ou três. Mas quando falta isso, os grupos tornam-se enfadonhos. Então as pessoas que participam deles são dominadas por um ou dois membros que sabem tudo, que estão em contato direto com a pessoa que já disse tudo isso. Eles se tornam então a autoridade, e gradualmente exploram os demais. Este jogo é bem conhecido. Mas as pessoas se submetem a ele porque GOSTAM (têm prazer = dor) de estar juntas. Gostam de falar, de ouvir os últimos mexericos ou as últimas novidades. E assim há logo uma deterioração. Você começa com uma intenção séria e isso logo torna-se algo ameaçador.
Mas se nós com insistência, sentimos mesmo a necessidade de descobrir por conta própria o que é verdade, então todos os relacionamentos são importantes. Mas essas pessoas são raras. Porque na realidade não somos sérios e logo transformamos os grupos e organizações em algo que deve ser evitado. Isso depende, sem dúvida, de até onde vai a sua avidez em descobrir tudo por si mesmo. E a descoberta pode ocorrer em qualquer situação – não apenas num grupo, ou quando você está a sós, mas sempre que você se mostrar consciente e sensível aos chamados do seu próprio ser. Observar a si mesmo – sua forma de falar à mesa, sua forma de falar com o vizinho, com o subordinado, com o patrão [com o colega, com o amigo(a)…] – por certo tudo isso, se a pessoa está consciente, indica o estado do seu ser. Esta é a descoberta importante, pois é ela que liberta.
In: pág. 41 de “Sobre a Verdade” (On Truth), de Krishnamurti, da Editora Cultrix, São Paulo, 2000
Sunday, 28 March 2010
A verdade é sem mente dividindo,
Procurando ser exclusiva, só pensando
Em termos de resultados e conquistas.
A Verdade é totalidade, nunca exclusão:
É intensa atenção, não concentração.
A Verdade não é busca: Deus, a Verdade,
Não é para se buscar: quem busca, mesmo Deus,
Só se encontra a si mesmo(o que nem é mau)…
A Verdade é o facto do(s) Relacionamento(s).
Prazer é quase sempre igual a dor, morte e mal:
Compreender isto com todo o nosso ser,
É ordem, liberdade, Amor, êxtase… É Deus ver/ter.
Enorme catedral constróis, explorando
Ricos e pobres, enganando.
E, pensas que vais assim Deus conhecer?
Enxergar o relacionamento
Permanecendo livre dele, isso é Livramento,
Virtude, ordem, beleza, contentamento…
A Verdade, Deus muda a cada momento,
É sempre nova, é movimento, é tranquilidade.
Esqueçamos isso da verdade contínua: vejamos o velho sorriso,
A velha mãe, o falecido pai, o velho burro, a velhinha árvore…
Todos os dias, cada momento, como sendo sempre novos… porque eles(as)
O são real e verdadeiramente. O Real é sempre novo(a): só geralmente a mentira o não é.
(Lendo págs. 32 -35 de " Sobre a Verdade", de Krishnamurti, da Cultrix - São Paulo)
Fonte: http://rainhadomundo.ning.com/forum/topics/a-verdade
Procurando ser exclusiva, só pensando
Em termos de resultados e conquistas.
A Verdade é totalidade, nunca exclusão:
É intensa atenção, não concentração.
A Verdade não é busca: Deus, a Verdade,
Não é para se buscar: quem busca, mesmo Deus,
Só se encontra a si mesmo(o que nem é mau)…
A Verdade é o facto do(s) Relacionamento(s).
Prazer é quase sempre igual a dor, morte e mal:
Compreender isto com todo o nosso ser,
É ordem, liberdade, Amor, êxtase… É Deus ver/ter.
Enorme catedral constróis, explorando
Ricos e pobres, enganando.
E, pensas que vais assim Deus conhecer?
Enxergar o relacionamento
Permanecendo livre dele, isso é Livramento,
Virtude, ordem, beleza, contentamento…
A Verdade, Deus muda a cada momento,
É sempre nova, é movimento, é tranquilidade.
Esqueçamos isso da verdade contínua: vejamos o velho sorriso,
A velha mãe, o falecido pai, o velho burro, a velhinha árvore…
Todos os dias, cada momento, como sendo sempre novos… porque eles(as)
O são real e verdadeiramente. O Real é sempre novo(a): só geralmente a mentira o não é.
(Lendo págs. 32 -35 de " Sobre a Verdade", de Krishnamurti, da Cultrix - São Paulo)
Fonte: http://rainhadomundo.ning.com/forum/topics/a-verdade
Com Krish.
A própria palavra, bom
instrumento de comunicação,
pode ser obstáculo à observação
do que é: palavra pai,
por exemplo, com ai
pode ser associada,
não com vida abençoada.
Muita emoção, excitação
impede a percepção,
que é ação. "É preciso
muita energia para observar:
uma mente tranquila é energia
total sem qualquer desperdício, de outro
modo, não estaria tranquila." - Krishn.
A observação com toda a atenção
das minhas e tuas reacções (somos
o mesmo) é fundamental
para o equilíbrio mundial.
Tranquilidade e agitação
também unas são.
Viajarmos interior e exteriormente
sem cargas, sem condiconamentos
de qualquer espécie... (já vês,
amigo meu, minha amiga que memória
também pode ser condicionamento, e grande?,
observando tudo e todos, que é AGIR.
e, DESCONHECIDO = ESCONDIDO = NOVO.
Ação sem atrito, plena,
sem contradição, com meio ideal,
(o que agora é, é o outro meio),
á acção fácil, sem ansiedade, Helena.
Dentro e fora, a observação
de toda a cólera, ódio, diabo, avidez,
inimizade, azedume, estupidez...
a observação intensa, com intenção,
é deles a extinção.
Instantânea e gradualmente,
agora e amanhã,
observar mui atentamente
até insulto, é grande agir,
não reprimir.
Emoção, imaginação
pode ser mui importante
para entrar no escondido, no não
conhecido, se não for dominante.
Mente sempre em perseguição
de serpentes, dragões, macacos, leões
por si inventados com todas as suas contradições
e complicações, nunca se liberta das ilusões,
nunca entra nas ilimitadas dimensões,
nunca sai da monotonia nem das destruições.
A própria palavra, bom
instrumento de comunicação,
pode ser obstáculo à observação
do que é: palavra pai,
por exemplo, com ai
pode ser associada,
não com vida abençoada.
Muita emoção, excitação
impede a percepção,
que é ação. "É preciso
muita energia para observar:
uma mente tranquila é energia
total sem qualquer desperdício, de outro
modo, não estaria tranquila." - Krishn.
A observação com toda a atenção
das minhas e tuas reacções (somos
o mesmo) é fundamental
para o equilíbrio mundial.
Tranquilidade e agitação
também unas são.
Viajarmos interior e exteriormente
sem cargas, sem condiconamentos
de qualquer espécie... (já vês,
amigo meu, minha amiga que memória
também pode ser condicionamento, e grande?,
observando tudo e todos, que é AGIR.
e, DESCONHECIDO = ESCONDIDO = NOVO.
Ação sem atrito, plena,
sem contradição, com meio ideal,
(o que agora é, é o outro meio),
á acção fácil, sem ansiedade, Helena.
Dentro e fora, a observação
de toda a cólera, ódio, diabo, avidez,
inimizade, azedume, estupidez...
a observação intensa, com intenção,
é deles a extinção.
Instantânea e gradualmente,
agora e amanhã,
observar mui atentamente
até insulto, é grande agir,
não reprimir.
Emoção, imaginação
pode ser mui importante
para entrar no escondido, no não
conhecido, se não for dominante.
Mente sempre em perseguição
de serpentes, dragões, macacos, leões
por si inventados com todas as suas contradições
e complicações, nunca se liberta das ilusões,
nunca entra nas ilimitadas dimensões,
nunca sai da monotonia nem das destruições.
Friday, 26 March 2010
"... Na Ásia acredita-se na reincarnação: isto é, renasceremos na próxima existência de acordo com o que vivemos nesta. Se vivemos de maneira desumana, agressiva e destrutiva, vamos pagar por isso na próxima vida. Não nos tornamos necessariamente um animal, mas voltamos a ser humanos, vivendo uma vida mais destrutiva e com mais sofrimento, porque anteriormente não vivemos uma vida cheia de beleza. Aqueles que acreditam nesta ideia da reincarnação, crêem apenas na palavra, e não no seu sentido profundo. Deste modo, o que fizermos agora tem profunda importância para amanhã - porque amanhã, que é a próxima vida, vamos pagar (receber) pelo que fizemos hoje. Portanto, a ideia de se atingir "gradualmente" diferentes formas é essencialmente a mesma no Oriente e no Ocidente. Há sempre esse elemento tempo, o que é e o que "deveria ser".
Atingir o que deveria ser requer tempo, tempo como esforço, concentração, atenção. Como não somos capazes de atenção ou de concentração, há sempre um esforço constante para a prática da atenção, a qual rrequer tempo.
Tem de haver um modo totalmente diferente de abordar este problema. Temos de aprender o que é percepção, que é ao mesmo tempo ver e agir; estes são simultâneos, não estão divididos.
Temos igualmente de investigar a questão da acção, do fazer. O que é acção? O que é fazer?
I.(Interlocutor: pode ser masculino ou feminino): Como pode um cego agir, se não tem percepção?
K.: Já alguma vez tentou vendar os seus olhos por uma semana? Eu já o fiz por curiosidade. Sabe, desenvolvem-se outras formas de sensibilidade, os outros sentidos tornam-se muito mais despertos: quando nos dirigimos para a parede, para a cadeira, ou para a mesa, sentimos antes a presença delas. Mas aquilo de que estamos a falar é de estamos a falar é de estarmos cegos para nós próprios, interiormente. Reparamos muito nas coisas exteriores, mas interiormente estamos cegos.
O que é acção? Será sempre baseada numa ideia, num princípio, numa crença, numa conclusão, numa esperança, num desespero? Se temos uma ideia, um ideal, estamos a ajustar-nos a esse ideal; há um intervalo entre o ideal e a a(c)ção. Esse intervalo é tempo. “Serei esse ideal, porque, identificando-me com ele, com o tempo, esse ideal actuará, e não haverá separação entre a ação e o ideal.” O que acontece quando há este ideal e a acção que tenta aproximar-se dele? Nesse intervalo de tempo o que acontece?
I.: Uma comparação incessante.
K.: Sim, comparação, e tudo o resto. Se observarmos isso, que ação acontece?
I.: Ignoramos o presente.
K.: E que mais?
I.: A contradição.
K.: É, de facto, a contradição – o que leva à hipocrisia. Sou colérico, e o ideal manda: “Não sejas colérico”. Estou a reprimir, a controlar, a conformar-me, a tentar aproximar-me do ideal e, portanto, estarei sempre em conflito e a iludir-me. O idealista é uma pessoa que se ilude a si própria. Também, nesta divisão, há conflito. Há ainda outros factores que surgem
I.: Por que não nos é permitido recordar as nossas vidas anteriores? A nossa evolução seria muito mais fácil.
K.: Seria?
I.: Poderíamos evitar erros.
K.: O que quer dizer por vida anterior? Aquilo que viveu ontem, vinte e quatro horas atrás?
I.: A última i(e)ncarnação.
K.: Aquilo que se passou Há cem anos? Como é que lembrar-se disso tornaria a sua vida mais fácil?
I.: Poderia compreender melhor.
K.: Por favor, vamos passo a passo – você teria a memória do que fez ou não fez, daquilo que sofreu há cem anos atrás, o que é exactamente a mesma coisa que ontem. Ontem fez várias coisas de que gostou ou de que se arrependeu, que lhe causaram aflição, desespero, sofrimento. Há a memória de tudo isso. E tem-se a memória de há mil (um milhão, uma infinidade de ) anos, que é essencialmente a mesma coisa que ontem. Por que chamamos a isso “reincarnação”, e não reincarnação de ontem, que renasceu hoje? Não gostamos disso porque julgamos que somos seres extraordinários, ou que temos tempo para crescer, para vir a ser, para reincarnar. O que reincarna é aquilo para o qual nunca olhamos – a nossa memória. Não há nada de sagrado nisso (mas o sagrado existe ). A nossa memória de ontem nasce hoje naquilo que fazemos; o ontem controla aquilo que fazemos hoje. E um milhar ( um sem princípio ) de anos de memórias está em acção através de ontem e de hoje. Portanto, há uma reincarnação constante do passado. Não vamos pensar que esta é uma saída hábil para isto, uma explicação. Quando compreendemos a importância da memória e da sua total futilidade no campo psicológico (e de todo o mal), então nunca mais nos interessará falar de reincarnação.
Perguntamos: O que é acção? Será que ela é sempre livre, espontânea, imediata? Ou estará sempre presa ao tempo, que é pensamento, que é memória?
I.: Observei uma gata a perseguir um rato. Ela não pensa: “É um rato”;
Imediata e instintivamente, apanha-o. Parece-me que também nós temos de actuar espontaneamente.
K.: Não se trata de “temos de” ou “devemos”. Penso que não dizemos “devemos” ou “temos de” quando compreendemos o elemento tempo na sua essência. Estamos a perguntar a nós mesmos, não verbal ou intelectualmente, mas profundamente, interiormente, o que é ação? Será que a acção está sempre ligada ao tempo? A ação nascida da memória, do medo, do desespero, está sempre ligada ao tempo. Haverá uma acção que seja completamente livre e, portanto, sem tempo?
I.: está a dizer que alguém que vê uma serpente (ou um tigre), age imediatamente. Mas o número de serpentes cresce com a ação. A vida não é assim tão simples, não há apenas uma serpente mas duas, e isso torna-se como que um problema matemático. E, então surge o tempo.
K.: Diz que vivemos num mundo de tigres e que não nos confrontamos apenas com um mas sim com dúzias deles em forma humana, sendo eles brutais, violentos, avarentos, ávidos, cada um perseguindo a sua satisfação particular. E, para viver e agir nesse mundo, precisamos de tempo para “matar” tigre após tigre. O tigre sou eu – está em mim – há dúzias (infindos) tigres dentro de mim. E o senhor ( é mesmo senhor, pois I. é interlocutor, feminino ou masculino) disse que, para nos livrarmos desses tigres, um a um, precisamos de tempo. É precisamente isso que, em absoluto, estamos a pôr em questão. Aceita-se que é preciso tempo para gradualmente se matarem, uma após outra, essas serpentes que estão em “mim”. O “eu” é o “tu” – o “tu” com os seus tigres, com as suas serpentes – tudo isso também é o “eu”. E perguntamos: “Para quê matar, um após outro, esses animais, milhares de serpentes, se, quando acabar de os matar, já estarei morto?”
Haverá então, um modo – por favor, escutem bem, não respondam já, descubram em silêncio – de nos vermos livres de todas as serpentes, não gradualmente mas imediatamente? Serei capaz de ver o perigo de todos os “animais”, de todas as contradições que existem em mim, e libertar-me deles instantaneamente? Se não puder fazê-lo, não há esperança para mim. Posso fingir de muitas maneiras, mas se não for capaz de apagar imediatamente tudo isso que está em mim, serei para sempre um escravo, quer venha a renascer numa próxima vida ou em de mil vidas. Assim, tenho de encontrar modo de agir, de olhar que, no instante da percepção, ponha fim ao dragão particular, ou ao macaco que há em mim.
I.: Então façamo-lo!
K.: Esta questão é realmente muito importante; não se pode dizer apenas “façamos isto” ou “não façamos aquilo”. Tudo isto requer uma investigação extrema; não me digam que já conseguiram ou que devem fazer isto ou aquilo, isso não me interessa – quero descobrir.
I.: Se eu ao menos pudesse ver isso.
K.: Não, por favor, não diga “se”.
I.: Se eu compreendesse uma coisa, deveria pôr isso em palavras, ou deixá--lo ficar silenciosamente em mim?
K.: Por que traduz o que está a ser dito numa linguagem muito simples, para as suas próprias palavras – em vez de ver o que está a ser dito? Há muitos animais dentro de nós, muitos perigos. Poderei libertar-me de todos eles com uma só percepção – vendo-os imediatamente? A senhora poderá ter feito isso, não ponho em dúvida se o fez ou não; isso seria falta de respeito da minha parte. Mas estou a perguntar: será que isto é possível?
I.: A acção tem duas partes. A parte interior, a que decide, ocorre de imediato. A outra, a ação em direcção ao exterior, precisa de tempo. Decisão significa ação interior. A ponte que liga estes dois aspe(c)tos da ação precisa de tempo. Há aqui um problema de linguagem, de transmissão.
K.: Compreendo. Há acção exterior, que precisa de tempo; e ação interior, que é perce(p)ção e ação. Como é que esta ação interior, com a sua percepção, decisão e ação imediatas, pode ligar-se a outra acção que precisa de tempo?
Se me permite salientar, penso que não é precisa nenhuma ponte, nenhuma ligação. Vou mostrar-lhe o que quero dizer. Compreendo muito claramente que, para ir daqui para ali, leva tempo, aprender uma Língua exige tempo, fazer algo fisicamente também precisa de tempo. Interiormente, será mesmo necessário o tempo? Se eu entender a natureza do tempo vou lidar correctamente com o elemento tempo no mundo exterior. Portanto, não começo pelo exterior, porque reconheço que o exterior precisa de tempo. Mas, pergunto a mim próprio (se) na percepção interior, na decisão e na ação, tem de haver tempo. Assim pergunto: “Será mesmo necessária a decisão?” Decisão que é afinal um instante de tempo, um segundo, um ponto. “Eu decido” quer dizer que há um elemento de tempo; a decisão baseia-se na vontade e no desejo, e tudo isso é tempo. Assim, pergunto: “ Por que razão terá a decisão de entrar em tudo isto?” Ou fará a decisão parte do meu condicionamento que diz: “Precisas de tempo?”
[J.: Desculpem (onde estão?): mas, não temos de acabar com todos os condicionamentos? Porquê, por exemplo, termos de aprender mais do que uma língua?
]
.Haverá percepção e acção sem decisão? Isto é, tenho consciência do medo, um medo gerado pelo pensamento, pelas memórias, pelas experiências, um medo de ontem encarnado hoje (ou medo do amanhã). Compreendo toda a natureza, estrutura e essência do medo. E ver isso sem decisão éacção, que é libertarmo-nos dele. Será isso possível? Não digamos que sim, que eu já consegui, ou que outra pessoa o conseguiu também – isso não interessa. Poderá esse medo cessar instantaneamente, logo que surge? Há os medos superficiais, os medos do mundo. O mundo está cheio de tigres, e, esses tigres, que fazem parte de mim, vão destruir-me; por conseguinte há uma guerra entre mim – um tigre – e o resto dos tigres
Há também o medo interior – estar psicologicamente inseguro, ter dúvidas – gerado pelo pensamento. Este gera prazer e medo (o mesmo) – vejo tudo isso…
J.: Desculpe (não é para sorrir)… Mas a grande maioria continua a não compreender que medo = dor = prazer = pensamento = memória…
K.: “Calma, vamos por partes”… Vejo tudo isso. Vejo o perigo do medo, do mesmo modo que vejo o perigo de uma serpente, de um precipício, ou de uma corrente de águas profundas – vejo completamente o perigo. E o próprio ato de ver é o findar do medo, sem intervalo de um breve segundo que seja para tomar uma decisão.
I.: Algumas vezes pode-se reconhecer um medo e mesmo assim ele continuar.
K.: Temos de abordar este assunto com muito cuidado. Antes de mais, não quero ver-me livre do medo. Quero que ele se exprima, quero compreendê-lo, deixá-lo fluir, deixá-lo vir, deixá-lo “explodir” em mim. Não sei nada acerca do medo
"
In: págs. 199 a 206(p), de "O Voo da Àguia", de Jiddu Krishnamurti, da Editorial Estampa, Lisboa - 1971
Atingir o que deveria ser requer tempo, tempo como esforço, concentração, atenção. Como não somos capazes de atenção ou de concentração, há sempre um esforço constante para a prática da atenção, a qual rrequer tempo.
Tem de haver um modo totalmente diferente de abordar este problema. Temos de aprender o que é percepção, que é ao mesmo tempo ver e agir; estes são simultâneos, não estão divididos.
Temos igualmente de investigar a questão da acção, do fazer. O que é acção? O que é fazer?
I.(Interlocutor: pode ser masculino ou feminino): Como pode um cego agir, se não tem percepção?
K.: Já alguma vez tentou vendar os seus olhos por uma semana? Eu já o fiz por curiosidade. Sabe, desenvolvem-se outras formas de sensibilidade, os outros sentidos tornam-se muito mais despertos: quando nos dirigimos para a parede, para a cadeira, ou para a mesa, sentimos antes a presença delas. Mas aquilo de que estamos a falar é de estamos a falar é de estarmos cegos para nós próprios, interiormente. Reparamos muito nas coisas exteriores, mas interiormente estamos cegos.
O que é acção? Será sempre baseada numa ideia, num princípio, numa crença, numa conclusão, numa esperança, num desespero? Se temos uma ideia, um ideal, estamos a ajustar-nos a esse ideal; há um intervalo entre o ideal e a a(c)ção. Esse intervalo é tempo. “Serei esse ideal, porque, identificando-me com ele, com o tempo, esse ideal actuará, e não haverá separação entre a ação e o ideal.” O que acontece quando há este ideal e a acção que tenta aproximar-se dele? Nesse intervalo de tempo o que acontece?
I.: Uma comparação incessante.
K.: Sim, comparação, e tudo o resto. Se observarmos isso, que ação acontece?
I.: Ignoramos o presente.
K.: E que mais?
I.: A contradição.
K.: É, de facto, a contradição – o que leva à hipocrisia. Sou colérico, e o ideal manda: “Não sejas colérico”. Estou a reprimir, a controlar, a conformar-me, a tentar aproximar-me do ideal e, portanto, estarei sempre em conflito e a iludir-me. O idealista é uma pessoa que se ilude a si própria. Também, nesta divisão, há conflito. Há ainda outros factores que surgem
I.: Por que não nos é permitido recordar as nossas vidas anteriores? A nossa evolução seria muito mais fácil.
K.: Seria?
I.: Poderíamos evitar erros.
K.: O que quer dizer por vida anterior? Aquilo que viveu ontem, vinte e quatro horas atrás?
I.: A última i(e)ncarnação.
K.: Aquilo que se passou Há cem anos? Como é que lembrar-se disso tornaria a sua vida mais fácil?
I.: Poderia compreender melhor.
K.: Por favor, vamos passo a passo – você teria a memória do que fez ou não fez, daquilo que sofreu há cem anos atrás, o que é exactamente a mesma coisa que ontem. Ontem fez várias coisas de que gostou ou de que se arrependeu, que lhe causaram aflição, desespero, sofrimento. Há a memória de tudo isso. E tem-se a memória de há mil (um milhão, uma infinidade de ) anos, que é essencialmente a mesma coisa que ontem. Por que chamamos a isso “reincarnação”, e não reincarnação de ontem, que renasceu hoje? Não gostamos disso porque julgamos que somos seres extraordinários, ou que temos tempo para crescer, para vir a ser, para reincarnar. O que reincarna é aquilo para o qual nunca olhamos – a nossa memória. Não há nada de sagrado nisso (mas o sagrado existe ). A nossa memória de ontem nasce hoje naquilo que fazemos; o ontem controla aquilo que fazemos hoje. E um milhar ( um sem princípio ) de anos de memórias está em acção através de ontem e de hoje. Portanto, há uma reincarnação constante do passado. Não vamos pensar que esta é uma saída hábil para isto, uma explicação. Quando compreendemos a importância da memória e da sua total futilidade no campo psicológico (e de todo o mal), então nunca mais nos interessará falar de reincarnação.
Perguntamos: O que é acção? Será que ela é sempre livre, espontânea, imediata? Ou estará sempre presa ao tempo, que é pensamento, que é memória?
I.: Observei uma gata a perseguir um rato. Ela não pensa: “É um rato”;
Imediata e instintivamente, apanha-o. Parece-me que também nós temos de actuar espontaneamente.
K.: Não se trata de “temos de” ou “devemos”. Penso que não dizemos “devemos” ou “temos de” quando compreendemos o elemento tempo na sua essência. Estamos a perguntar a nós mesmos, não verbal ou intelectualmente, mas profundamente, interiormente, o que é ação? Será que a acção está sempre ligada ao tempo? A ação nascida da memória, do medo, do desespero, está sempre ligada ao tempo. Haverá uma acção que seja completamente livre e, portanto, sem tempo?
I.: está a dizer que alguém que vê uma serpente (ou um tigre), age imediatamente. Mas o número de serpentes cresce com a ação. A vida não é assim tão simples, não há apenas uma serpente mas duas, e isso torna-se como que um problema matemático. E, então surge o tempo.
K.: Diz que vivemos num mundo de tigres e que não nos confrontamos apenas com um mas sim com dúzias deles em forma humana, sendo eles brutais, violentos, avarentos, ávidos, cada um perseguindo a sua satisfação particular. E, para viver e agir nesse mundo, precisamos de tempo para “matar” tigre após tigre. O tigre sou eu – está em mim – há dúzias (infindos) tigres dentro de mim. E o senhor ( é mesmo senhor, pois I. é interlocutor, feminino ou masculino) disse que, para nos livrarmos desses tigres, um a um, precisamos de tempo. É precisamente isso que, em absoluto, estamos a pôr em questão. Aceita-se que é preciso tempo para gradualmente se matarem, uma após outra, essas serpentes que estão em “mim”. O “eu” é o “tu” – o “tu” com os seus tigres, com as suas serpentes – tudo isso também é o “eu”. E perguntamos: “Para quê matar, um após outro, esses animais, milhares de serpentes, se, quando acabar de os matar, já estarei morto?”
Haverá então, um modo – por favor, escutem bem, não respondam já, descubram em silêncio – de nos vermos livres de todas as serpentes, não gradualmente mas imediatamente? Serei capaz de ver o perigo de todos os “animais”, de todas as contradições que existem em mim, e libertar-me deles instantaneamente? Se não puder fazê-lo, não há esperança para mim. Posso fingir de muitas maneiras, mas se não for capaz de apagar imediatamente tudo isso que está em mim, serei para sempre um escravo, quer venha a renascer numa próxima vida ou em de mil vidas. Assim, tenho de encontrar modo de agir, de olhar que, no instante da percepção, ponha fim ao dragão particular, ou ao macaco que há em mim.
I.: Então façamo-lo!
K.: Esta questão é realmente muito importante; não se pode dizer apenas “façamos isto” ou “não façamos aquilo”. Tudo isto requer uma investigação extrema; não me digam que já conseguiram ou que devem fazer isto ou aquilo, isso não me interessa – quero descobrir.
I.: Se eu ao menos pudesse ver isso.
K.: Não, por favor, não diga “se”.
I.: Se eu compreendesse uma coisa, deveria pôr isso em palavras, ou deixá--lo ficar silenciosamente em mim?
K.: Por que traduz o que está a ser dito numa linguagem muito simples, para as suas próprias palavras – em vez de ver o que está a ser dito? Há muitos animais dentro de nós, muitos perigos. Poderei libertar-me de todos eles com uma só percepção – vendo-os imediatamente? A senhora poderá ter feito isso, não ponho em dúvida se o fez ou não; isso seria falta de respeito da minha parte. Mas estou a perguntar: será que isto é possível?
I.: A acção tem duas partes. A parte interior, a que decide, ocorre de imediato. A outra, a ação em direcção ao exterior, precisa de tempo. Decisão significa ação interior. A ponte que liga estes dois aspe(c)tos da ação precisa de tempo. Há aqui um problema de linguagem, de transmissão.
K.: Compreendo. Há acção exterior, que precisa de tempo; e ação interior, que é perce(p)ção e ação. Como é que esta ação interior, com a sua percepção, decisão e ação imediatas, pode ligar-se a outra acção que precisa de tempo?
Se me permite salientar, penso que não é precisa nenhuma ponte, nenhuma ligação. Vou mostrar-lhe o que quero dizer. Compreendo muito claramente que, para ir daqui para ali, leva tempo, aprender uma Língua exige tempo, fazer algo fisicamente também precisa de tempo. Interiormente, será mesmo necessário o tempo? Se eu entender a natureza do tempo vou lidar correctamente com o elemento tempo no mundo exterior. Portanto, não começo pelo exterior, porque reconheço que o exterior precisa de tempo. Mas, pergunto a mim próprio (se) na percepção interior, na decisão e na ação, tem de haver tempo. Assim pergunto: “Será mesmo necessária a decisão?” Decisão que é afinal um instante de tempo, um segundo, um ponto. “Eu decido” quer dizer que há um elemento de tempo; a decisão baseia-se na vontade e no desejo, e tudo isso é tempo. Assim, pergunto: “ Por que razão terá a decisão de entrar em tudo isto?” Ou fará a decisão parte do meu condicionamento que diz: “Precisas de tempo?”
[J.: Desculpem (onde estão?): mas, não temos de acabar com todos os condicionamentos? Porquê, por exemplo, termos de aprender mais do que uma língua?
]
.Haverá percepção e acção sem decisão? Isto é, tenho consciência do medo, um medo gerado pelo pensamento, pelas memórias, pelas experiências, um medo de ontem encarnado hoje (ou medo do amanhã). Compreendo toda a natureza, estrutura e essência do medo. E ver isso sem decisão éacção, que é libertarmo-nos dele. Será isso possível? Não digamos que sim, que eu já consegui, ou que outra pessoa o conseguiu também – isso não interessa. Poderá esse medo cessar instantaneamente, logo que surge? Há os medos superficiais, os medos do mundo. O mundo está cheio de tigres, e, esses tigres, que fazem parte de mim, vão destruir-me; por conseguinte há uma guerra entre mim – um tigre – e o resto dos tigres
Há também o medo interior – estar psicologicamente inseguro, ter dúvidas – gerado pelo pensamento. Este gera prazer e medo (o mesmo) – vejo tudo isso…
J.: Desculpe (não é para sorrir)… Mas a grande maioria continua a não compreender que medo = dor = prazer = pensamento = memória…
K.: “Calma, vamos por partes”… Vejo tudo isso. Vejo o perigo do medo, do mesmo modo que vejo o perigo de uma serpente, de um precipício, ou de uma corrente de águas profundas – vejo completamente o perigo. E o próprio ato de ver é o findar do medo, sem intervalo de um breve segundo que seja para tomar uma decisão.
I.: Algumas vezes pode-se reconhecer um medo e mesmo assim ele continuar.
K.: Temos de abordar este assunto com muito cuidado. Antes de mais, não quero ver-me livre do medo. Quero que ele se exprima, quero compreendê-lo, deixá-lo fluir, deixá-lo vir, deixá-lo “explodir” em mim. Não sei nada acerca do medo
"
In: págs. 199 a 206(p), de "O Voo da Àguia", de Jiddu Krishnamurti, da Editorial Estampa, Lisboa - 1971
Wednesday, 24 March 2010
COM KRISHNAMURTI sempre
Percepção é acção:
como quando ouvimos
uma bela, grande música
e agimos de imediato...!
Percepção e acção não existem
separadas. E, ideal é falta de inteligência!
Mas, percepcionar isto é acção da inteligência,
e inteligência. Assim como observar a falta de sensibilidade
é sensibilidade!
Ó, arte de FAZER, de VER, de COMER,
de OUVIR, de BEBER,
de CHEIRAR, de TOCAR, de SER
tocado... Mas, como VIVER,
que SENSIBILIDADE,
se pressionados,
se amedrontados,
se cheios de dores,
de ambição, de deformação?
Ó meditação! Ó desprendimento!
Ó percepção do ÊXTASE sem perigo!
Ó RESPOSTA imediata, instintiva,
instantânea de todo o nosso SER
presente, passado e futuro!
Percepção é acção:
como quando ouvimos
uma bela, grande música
e agimos de imediato...!
Percepção e acção não existem
separadas. E, ideal é falta de inteligência!
Mas, percepcionar isto é acção da inteligência,
e inteligência. Assim como observar a falta de sensibilidade
é sensibilidade!
Ó, arte de FAZER, de VER, de COMER,
de OUVIR, de BEBER,
de CHEIRAR, de TOCAR, de SER
tocado... Mas, como VIVER,
que SENSIBILIDADE,
se pressionados,
se amedrontados,
se cheios de dores,
de ambição, de deformação?
Ó meditação! Ó desprendimento!
Ó percepção do ÊXTASE sem perigo!
Ó RESPOSTA imediata, instintiva,
instantânea de todo o nosso SER
presente, passado e futuro!
E, (continuo com Kris...)a descrição não é o que é descrito: não nos deixemos pois aprisionar nem pelas PALAVRAS, nem pelas imagens, nem pelos medos... Fiquemos sim com a coisa descrita.
E, não esperamos nada: não sabemos o que vai acontecer(-nos): só sabemos se estamos ou não limpos, sensíveis para observarmos, nos apercebermos, vermos (a nós próprios...). P.e.: na própria percepção do perigo está a sua eliminação. E, no próprio questionar há inteligência.
Como nos tornarmos bons, ilustres, belos, úteis? Observando com toda a atenção, sem distorção alguma (memórias, ideias, temores, prazeres,desejos, esperanças... podem distorcer completamente a atenção, a observação!) a nossa maldade, mediocridade, feiura, inutilidade.
Mas, se a mente suja, má, feia e inútil se fixa na virtude, na pureza e na inocência, que são ordem, e na vida e no bem, até a vida adormece, embota e mata!
Fixemo-nos pois no céu e na terra, na mãe e no pai, no paraíso!
E, não esperamos nada: não sabemos o que vai acontecer(-nos): só sabemos se estamos ou não limpos, sensíveis para observarmos, nos apercebermos, vermos (a nós próprios...). P.e.: na própria percepção do perigo está a sua eliminação. E, no próprio questionar há inteligência.
Como nos tornarmos bons, ilustres, belos, úteis? Observando com toda a atenção, sem distorção alguma (memórias, ideias, temores, prazeres,desejos, esperanças... podem distorcer completamente a atenção, a observação!) a nossa maldade, mediocridade, feiura, inutilidade.
Mas, se a mente suja, má, feia e inútil se fixa na virtude, na pureza e na inocência, que são ordem, e na vida e no bem, até a vida adormece, embota e mata!
Fixemo-nos pois no céu e na terra, na mãe e no pai, no paraíso!
Tudo se move, tudo pulsa em cada momento,
em cada instante, mesmo quando aparentemente parado ou morto:
(... "e no entanto ela move-se!" - Galileu)
Ela, a grande, a incrível Terra move-se sem parar.
Ou, será que não estamos na Terra?
Também se movendo o Sol, também se movendo
a Via Láctea... Sem parar, sem parar...
Talvez, até a alguma implosão/fusão/..., e, a um a novo rearrancar!:
Não pois partida, nem chegada,
nem final, nem objectivo,
nem centro, nem eu;
nem ter aprendido, vencido
ou chegado e, a partir desse eu
ensinar, olhar, dirigir... Ser até fada.
em cada instante, mesmo quando aparentemente parado ou morto:
(... "e no entanto ela move-se!" - Galileu)
Ela, a grande, a incrível Terra move-se sem parar.
Ou, será que não estamos na Terra?
Também se movendo o Sol, também se movendo
a Via Láctea... Sem parar, sem parar...
Talvez, até a alguma implosão/fusão/..., e, a um a novo rearrancar!:
Não pois partida, nem chegada,
nem final, nem objectivo,
nem centro, nem eu;
nem ter aprendido, vencido
ou chegado e, a partir desse eu
ensinar, olhar, dirigir... Ser até fada.
A ciência baseada tantas vezes na estatística e na norma estará certa?
O que está fora da norma estará forçosamente errado? Ciência não admite excepções? Ou também existirá a ditadura da ciência?
O que não há dúvida é que a solução para um problema ou, mais propriamente dois ou três problemas (onde está o problema único?) nunca se repete.
O que está fora da norma estará forçosamente errado? Ciência não admite excepções? Ou também existirá a ditadura da ciência?
O que não há dúvida é que a solução para um problema ou, mais propriamente dois ou três problemas (onde está o problema único?) nunca se repete.
Tuesday, 23 March 2010
VERDADEIRA APRENDIZAGEM
“Será possível observar de perto, sem qualquer distorção? Talvez valha a pena debruçarmo-nos sobre isto. O que é ver? Poderemos olhar para nós próprios, olhar para a realidade básica que é o nosso «eu» - que é avidez, inveja, ansiedade, medo, hipocrisia, ilusão – poderemos olhar tudo isto, sem qualquer distorção?
Será que podemos passar algum tempo… a tentar aprender a olhar? Aprender é um movimento constante, uma constante renovação. Não se trata de “ter aprendido”, e olhar a partir a partir daí. Ao escutarmos aquilo que está a ser dito e ao olharmo-nos um pouco a nós mesmos, aprendemos e experienciamos algo; e a partir desse aprender e desse aprender e desse experienciar é que vamos olhar.
Geralmente, olhamos com a memória daquilo que “aprendemos” e daquilo que experienciamos; com essa lembrança na mente é que olhamos. Portanto isso não é olhar, não é aprender. Aprender implica uma mente que aprende a cada momento, como se fosse sempre pela primeira vez. É uma mente que está sempre inocente para aprender. Tendo isso bem presente, não estamos interessados em cultivar a memória mas, antes, em observar e ver o que realmente acontece. Vamos tentar estar bem despertos, bem atentos, para que aquilo que observamos e aprendemos não se torne em memória, com a qual vamos depois olhar, o que seria já uma distorção. Vamos olhar como se fosse sempre a primeira vez. Olhar, observar aquilo que é, com uma lembrança, significa que a memória comanda, molda ou direciona a nossa observação e, portanto, deforma-a. Podemos prosseguir a partir daqui?
Queremos descobrir o que quer dizer observar. O cientista pode olhar para uma coisa através do seu microscópio e observá-la muito de perto; há um objecto exterior e ele olha para ele sem qualquer preconceito, ainda que com alguns conhecimentos que sejam necessários para a observação. Mas, no nosso caso, estamos a observar a estrutura total, todo o movimento que é viver, o ser inteiro que sou «eu». Isto tem de ser observado não intelectual e emocionalmente e sem qualquer conclusão sobre se está certo ou errado, ou se “isto não deve ser”, ou se “isto deveria ser”. Portanto, antes de podermos olhar intimamente, temos de estar conscientes deste processo de avaliação, de julgamento, de formação de conclusões que acontece e que vai impedir a observação.
Por agora, estamos interessados não no acto de olhar, mas naquilo que está a olhar. Estará o instrumento que olha manchado, distorcido, torturado, condicionado? O importante não é o ver, mas sim a observação de nós mesmos, o instrumento que está a olhar. Se tenho uma conclusão, por exemplo, o nacionalismo, e se observar com esse profundo condicionamento, com esse exclusivismo tribal chamado nacionalismo, obviamente que vou olhar a partir de um enorme preconceito; portanto, não posso ver com clareza. Por outro lado, se estou com medo de olhar, isso obviamente é um olhar distorcido. Ou se ambiciono a “iluminação espiritual”, uma posição social mais alta, ou o que quer que seja, então isso também impede a clareza de percepção. Cada um tem de estar atento a tudo isso, atento ao instrumento que está a olhar e reparar se ele está limpo”
In: págs 182 e 183 de: O Voo da Águia, de Krishnamurti, da Editorial estampa, Lisboa - 2002
“Será possível observar de perto, sem qualquer distorção? Talvez valha a pena debruçarmo-nos sobre isto. O que é ver? Poderemos olhar para nós próprios, olhar para a realidade básica que é o nosso «eu» - que é avidez, inveja, ansiedade, medo, hipocrisia, ilusão – poderemos olhar tudo isto, sem qualquer distorção?
Será que podemos passar algum tempo… a tentar aprender a olhar? Aprender é um movimento constante, uma constante renovação. Não se trata de “ter aprendido”, e olhar a partir a partir daí. Ao escutarmos aquilo que está a ser dito e ao olharmo-nos um pouco a nós mesmos, aprendemos e experienciamos algo; e a partir desse aprender e desse aprender e desse experienciar é que vamos olhar.
Geralmente, olhamos com a memória daquilo que “aprendemos” e daquilo que experienciamos; com essa lembrança na mente é que olhamos. Portanto isso não é olhar, não é aprender. Aprender implica uma mente que aprende a cada momento, como se fosse sempre pela primeira vez. É uma mente que está sempre inocente para aprender. Tendo isso bem presente, não estamos interessados em cultivar a memória mas, antes, em observar e ver o que realmente acontece. Vamos tentar estar bem despertos, bem atentos, para que aquilo que observamos e aprendemos não se torne em memória, com a qual vamos depois olhar, o que seria já uma distorção. Vamos olhar como se fosse sempre a primeira vez. Olhar, observar aquilo que é, com uma lembrança, significa que a memória comanda, molda ou direciona a nossa observação e, portanto, deforma-a. Podemos prosseguir a partir daqui?
Queremos descobrir o que quer dizer observar. O cientista pode olhar para uma coisa através do seu microscópio e observá-la muito de perto; há um objecto exterior e ele olha para ele sem qualquer preconceito, ainda que com alguns conhecimentos que sejam necessários para a observação. Mas, no nosso caso, estamos a observar a estrutura total, todo o movimento que é viver, o ser inteiro que sou «eu». Isto tem de ser observado não intelectual e emocionalmente e sem qualquer conclusão sobre se está certo ou errado, ou se “isto não deve ser”, ou se “isto deveria ser”. Portanto, antes de podermos olhar intimamente, temos de estar conscientes deste processo de avaliação, de julgamento, de formação de conclusões que acontece e que vai impedir a observação.
Por agora, estamos interessados não no acto de olhar, mas naquilo que está a olhar. Estará o instrumento que olha manchado, distorcido, torturado, condicionado? O importante não é o ver, mas sim a observação de nós mesmos, o instrumento que está a olhar. Se tenho uma conclusão, por exemplo, o nacionalismo, e se observar com esse profundo condicionamento, com esse exclusivismo tribal chamado nacionalismo, obviamente que vou olhar a partir de um enorme preconceito; portanto, não posso ver com clareza. Por outro lado, se estou com medo de olhar, isso obviamente é um olhar distorcido. Ou se ambiciono a “iluminação espiritual”, uma posição social mais alta, ou o que quer que seja, então isso também impede a clareza de percepção. Cada um tem de estar atento a tudo isso, atento ao instrumento que está a olhar e reparar se ele está limpo”
In: págs 182 e 183 de: O Voo da Águia, de Krishnamurti, da Editorial estampa, Lisboa - 2002
África: 155 milhões de pessoas não têm acesso a água potável
(AFP) – Há 15 horas
DACAR — Mais de 155 milhões de pessoas, ou 39% da população da África ocidental e central, não têm acesso a água potável, informou a agência da ONU para a infância, a Unicef, nesta segunda-feira, o Dia Mundial da Água.
Essa região tem a menor cobertura de água potável do mundo, abrigando 18% da população mundial que não tem acesso a água potável.
"Faltando cinco anos para 2015, prazo estabelecido para as Metas de Desenvolvimento do Milênio (MDG), a água e a situação sanitária na África Ocidental e Central continuam sendo uma preocupação", afirma o comunicado da Unicef.
De acordo com a organização, apenas oito dos 24 países da região estão prestes a atingir os objetivos no que se refere ao fornecimento de água: Benin, Burkina Faso, Camarões, Cabo Verde, Gabão, Gana, Guiné e Mali.
"O número total de pessoas na região sem acesso a fontes de água potável aumentou no período de 1990 a 2008 de 126 milhões de pessoas para 155 milhões", indica o comunicado.
Isso significa que, apesar de uma melhora na cobertura de 49% em 1990 para 61% em 2008, os países precisam chegar a 75% em 2015.
"Mais de 155 milhões de pessoas (39%) estavam sem acesso a fontes de água potável em 2008, e o ritmo lento do aumento não conseguiu alcançar a velocidade de expansão da população na região", afirma o documento.
Seis países têm menos de 50% de cobertura em água potável: Chade, República Democrática do Congo, Guiné Equatorial, Níger, Mauritânia e Serra Leoa.
Também é motivo de preocupação o fato de 291 milhões de pessoas na África Ocidental e Central não terem acesso a nenhum serviço sanitário - a região tem a maior taxa de mortalidade infantil de todas as regiões em desenvolvimento, com 169 crianças mortas em 1.000 nascimentos.
Fonte: http://www.google.com/hostednews/afp/article/ALeqM5jVfBkvd81TQVPbczok5pFqDKFg0g
(AFP) – Há 15 horas
DACAR — Mais de 155 milhões de pessoas, ou 39% da população da África ocidental e central, não têm acesso a água potável, informou a agência da ONU para a infância, a Unicef, nesta segunda-feira, o Dia Mundial da Água.
Essa região tem a menor cobertura de água potável do mundo, abrigando 18% da população mundial que não tem acesso a água potável.
"Faltando cinco anos para 2015, prazo estabelecido para as Metas de Desenvolvimento do Milênio (MDG), a água e a situação sanitária na África Ocidental e Central continuam sendo uma preocupação", afirma o comunicado da Unicef.
De acordo com a organização, apenas oito dos 24 países da região estão prestes a atingir os objetivos no que se refere ao fornecimento de água: Benin, Burkina Faso, Camarões, Cabo Verde, Gabão, Gana, Guiné e Mali.
"O número total de pessoas na região sem acesso a fontes de água potável aumentou no período de 1990 a 2008 de 126 milhões de pessoas para 155 milhões", indica o comunicado.
Isso significa que, apesar de uma melhora na cobertura de 49% em 1990 para 61% em 2008, os países precisam chegar a 75% em 2015.
"Mais de 155 milhões de pessoas (39%) estavam sem acesso a fontes de água potável em 2008, e o ritmo lento do aumento não conseguiu alcançar a velocidade de expansão da população na região", afirma o documento.
Seis países têm menos de 50% de cobertura em água potável: Chade, República Democrática do Congo, Guiné Equatorial, Níger, Mauritânia e Serra Leoa.
Também é motivo de preocupação o fato de 291 milhões de pessoas na África Ocidental e Central não terem acesso a nenhum serviço sanitário - a região tem a maior taxa de mortalidade infantil de todas as regiões em desenvolvimento, com 169 crianças mortas em 1.000 nascimentos.
Fonte: http://www.google.com/hostednews/afp/article/ALeqM5jVfBkvd81TQVPbczok5pFqDKFg0g
Sunday, 21 March 2010
Claro: a violência
nasce do medo
mas a violência
também gera medo.
Já a riqueza, o ver,
a informação, o saber,
o bem estar, o ter,
a beleza, o gozo, o receber
são para adquirir
e para distribuir,
por quem o merecer
ou não merecer.
Defeitos como a vaidade
são patéticos,
pouco poéticos.
Beleza e encanto:
se fazem ruídos,
com amigos canto;
se não corro ando;
se não mando,
mandado sou,
por quem me amou...
Prazer de criar;
de ajudar e ser ajudado;
de visitar
e ser visitado;
de encher e ser esvaziado;
de jogar, de ganhar,
de perder...
nasce do medo
mas a violência
também gera medo.
Já a riqueza, o ver,
a informação, o saber,
o bem estar, o ter,
a beleza, o gozo, o receber
são para adquirir
e para distribuir,
por quem o merecer
ou não merecer.
Defeitos como a vaidade
são patéticos,
pouco poéticos.
Beleza e encanto:
se fazem ruídos,
com amigos canto;
se não corro ando;
se não mando,
mandado sou,
por quem me amou...
Prazer de criar;
de ajudar e ser ajudado;
de visitar
e ser visitado;
de encher e ser esvaziado;
de jogar, de ganhar,
de perder...
Saturday, 20 March 2010
Deixem-me inventar
versos: por amor de Deus,
deixem-me inventar até palavras,
e, talvez assim vos possa falar
alguma coisa do êxtase, da paixão,
da beleza, do amor
seja por quem for,
sem imagens, com total atenção
na comunhão, na comunicação,
no relacionamento, na vivência...
Sem condenar, sem julgar
e vendo o mal cessar
assim como a violência.
Êxtase é amor incondicional
e ordem matemática total:
cada coisa, cada ser
rigorosamente no seu lugar:
prazer absolutamente geral.
Eles são maus, nos vêm roubar,
nos fazem mal... Sim, é uma grande verdade.
Mas, só temos de os fitar
muito bem, não de os(as) odiar.
E, é vê-los melhorar!
versos: por amor de Deus,
deixem-me inventar até palavras,
e, talvez assim vos possa falar
alguma coisa do êxtase, da paixão,
da beleza, do amor
seja por quem for,
sem imagens, com total atenção
na comunhão, na comunicação,
no relacionamento, na vivência...
Sem condenar, sem julgar
e vendo o mal cessar
assim como a violência.
Êxtase é amor incondicional
e ordem matemática total:
cada coisa, cada ser
rigorosamente no seu lugar:
prazer absolutamente geral.
Eles são maus, nos vêm roubar,
nos fazem mal... Sim, é uma grande verdade.
Mas, só temos de os fitar
muito bem, não de os(as) odiar.
E, é vê-los melhorar!
Friday, 19 March 2010
Sem medo!
Medo é... O que é o medo?
É insegurança, é lembrança, é ansiedade... Não é?
Lembro-me de que algo/alguém ou eu próprio
me fez\fiz mal e quando penso que a situação
está a ficar (pode não passar mesmo de pensamento)
idêntica ou pior tenho receio de que o mal, a dor se repitam.
Medo é portanto pensamento, e, tempo (da lembrança).
Havendo medo profundo e medo superficial.
Ora, quando condicionados, com pre-conceitos,
com medo... Não somos capazes de compreender o medo. Apesar
do medo e quase tudo cessar quando o compreendemos total
e profundamente.
O medo, como a dor, o ciúme, a análise... Na dose correcta
faz parte de nós e é bom: há que aceitar isto. Mas exagerado,
o medo é péssimo!
Entretanto, se a minha mente abandonar a análise, a resistência,
o adiamento, a lembrança... Fica extremamente penetrante, lúcida,
observadora, desperta, sem medo. E, não só faço tudo com mais qualidade, quantidade,
segurança e alegria, como descanso e durmo muito melhor!.
Medo é... O que é o medo?
É insegurança, é lembrança, é ansiedade... Não é?
Lembro-me de que algo/alguém ou eu próprio
me fez\fiz mal e quando penso que a situação
está a ficar (pode não passar mesmo de pensamento)
idêntica ou pior tenho receio de que o mal, a dor se repitam.
Medo é portanto pensamento, e, tempo (da lembrança).
Havendo medo profundo e medo superficial.
Ora, quando condicionados, com pre-conceitos,
com medo... Não somos capazes de compreender o medo. Apesar
do medo e quase tudo cessar quando o compreendemos total
e profundamente.
O medo, como a dor, o ciúme, a análise... Na dose correcta
faz parte de nós e é bom: há que aceitar isto. Mas exagerado,
o medo é péssimo!
Entretanto, se a minha mente abandonar a análise, a resistência,
o adiamento, a lembrança... Fica extremamente penetrante, lúcida,
observadora, desperta, sem medo. E, não só faço tudo com mais qualidade, quantidade,
segurança e alegria, como descanso e durmo muito melhor!.
Gradualmente
e imediatamente;
devagar e rapidamente;
acompanhado e isoladamente;
desencarnada e encarnadamente;
com adamastor e sem adasmator;
com prazer e com/sem dor...
Seja como for, seja como for...
Na energia resultante
da grande atenção
não há provocação
de conflito, e, há finalização
instantânea da tradição
desatualizada, da habituação
errada, da tagarelice sem razão
da mente da agitação.
A boa energia
é fruto da harmonia,
não do conflito.
E, verdadeiro
anónimo só faz bem,
nunca mal.
e imediatamente;
devagar e rapidamente;
acompanhado e isoladamente;
desencarnada e encarnadamente;
com adamastor e sem adasmator;
com prazer e com/sem dor...
Seja como for, seja como for...
Na energia resultante
da grande atenção
não há provocação
de conflito, e, há finalização
instantânea da tradição
desatualizada, da habituação
errada, da tagarelice sem razão
da mente da agitação.
A boa energia
é fruto da harmonia,
não do conflito.
E, verdadeiro
anónimo só faz bem,
nunca mal.
Thursday, 18 March 2010
Rígido e flexível,
forte, em matemática
ordem: usando dirigível
de forma não estática
e pondo-o no sítio
onde estava pela disciplina
do aprender, não do estado de sítio:
pelo completo ver de que somos indisciplina.
Prazer sem dor
só pode ser prazer
de todo o ser,
até do espírito do morto castor.
Quantos mais seres felizes
e gozosos fazemos,
sem interesses infelizes,
mais êxtases de Deus recebemos.
Faço anos hoje? Mas já
não precisava de renascer,
ou precisava? Ser é amar:
só quem não ama precisa de renascer!
forte, em matemática
ordem: usando dirigível
de forma não estática
e pondo-o no sítio
onde estava pela disciplina
do aprender, não do estado de sítio:
pelo completo ver de que somos indisciplina.
Prazer sem dor
só pode ser prazer
de todo o ser,
até do espírito do morto castor.
Quantos mais seres felizes
e gozosos fazemos,
sem interesses infelizes,
mais êxtases de Deus recebemos.
Faço anos hoje? Mas já
não precisava de renascer,
ou precisava? Ser é amar:
só quem não ama precisa de renascer!
Soltos(as)
Parabéns, Álvaro Carvalheiro,
pelo contributo à beleza,
à história, à fortaleza
de Montargil: sem dinheiro.
Tão consciente
do princípio, ou desejoso
dele, pobre ente,
como não terías fim pouco formoso?
E, lá porque quando arreamos
carga temos gozo,
não nos carregamos,
não é Carvalhoso?
E se não tens nada
contra nosso gozo,
só um melhor, boa fada,
porque nos nás doloroso?
Não amanhã,
mas hoje; não
ontem, mas agora; não
logo mas agora, João
e Joana: compreensão
e bondade hão-
-de ser Agora, sem imposição!
Parabéns, Álvaro Carvalheiro,
pelo contributo à beleza,
à história, à fortaleza
de Montargil: sem dinheiro.
Tão consciente
do princípio, ou desejoso
dele, pobre ente,
como não terías fim pouco formoso?
E, lá porque quando arreamos
carga temos gozo,
não nos carregamos,
não é Carvalhoso?
E se não tens nada
contra nosso gozo,
só um melhor, boa fada,
porque nos nás doloroso?
Não amanhã,
mas hoje; não
ontem, mas agora; não
logo mas agora, João
e Joana: compreensão
e bondade hão-
-de ser Agora, sem imposição!
Wednesday, 17 March 2010
Tuesday, 16 March 2010
Magestosas(os)!
Aquela sobreira, aquela oliveira,
aquela bananeira, aquela figueira,
aquele incrível pé de manga, aquele embondeiro,
aquela larangeira,aquele damasqueiro,
aquela cerejeira, aquela pereira,
a azinheira das bruxas, aquele coqueiro,
aquele plátano, aquela videira,
aquela macieira, aquela tamareira,
aquele pé de papaia, aquela sequóia,
aquela alfarrobeira, aquele castanheiro,
aquele carvalho, aquele pinheiro,aquela pinheira...
E mais aquela, e mais aquele, e mais aqueles tantos,
tantos(as)!...
Estão mais ou menos juntos,
mais ou menos isolados,
mais ou menos fortes,
mas, não são explorados
(há os que são):
estão bem espaçados,
bem comunicados,
bem alimentados,
bem regados, bem ensolarados,
nada ignorados,
nada abandonados,
têm vida própria, são úteis,
mui produtivos (até o plátano),
e, são belas e belos,
quase todos majestosos!
Aquela sobreira, aquela oliveira,
aquela bananeira, aquela figueira,
aquele incrível pé de manga, aquele embondeiro,
aquela larangeira,aquele damasqueiro,
aquela cerejeira, aquela pereira,
a azinheira das bruxas, aquele coqueiro,
aquele plátano, aquela videira,
aquela macieira, aquela tamareira,
aquele pé de papaia, aquela sequóia,
aquela alfarrobeira, aquele castanheiro,
aquele carvalho, aquele pinheiro,aquela pinheira...
E mais aquela, e mais aquele, e mais aqueles tantos,
tantos(as)!...
Estão mais ou menos juntos,
mais ou menos isolados,
mais ou menos fortes,
mas, não são explorados
(há os que são):
estão bem espaçados,
bem comunicados,
bem alimentados,
bem regados, bem ensolarados,
nada ignorados,
nada abandonados,
têm vida própria, são úteis,
mui produtivos (até o plátano),
e, são belas e belos,
quase todos majestosos!
Monday, 15 March 2010
Friday, 12 March 2010
Pensamento quer prazer,
mas,só há um prazer sem dor:
o êxtase, que também não é para
se desejar,mas, para se compreender.
Ver, compreender é acção
imediata, geral: possível
êxtase. Mas, querer repetição,
mesmo do êxtase, é erro grosseiro.
Conflito entre o que é
e aquilo em que se devia tornar
gera dor; já observar
sem comparar, resolve,
gera amar.
Êxtase, da verdadeira religião,
re-ligar, será quando todos
ou quase todos estão em união...
mui felizes?
E à dor resistir
pouco ou nada
adiantará, Samir.
mas,só há um prazer sem dor:
o êxtase, que também não é para
se desejar,mas, para se compreender.
Ver, compreender é acção
imediata, geral: possível
êxtase. Mas, querer repetição,
mesmo do êxtase, é erro grosseiro.
Conflito entre o que é
e aquilo em que se devia tornar
gera dor; já observar
sem comparar, resolve,
gera amar.
Êxtase, da verdadeira religião,
re-ligar, será quando todos
ou quase todos estão em união...
mui felizes?
E à dor resistir
pouco ou nada
adiantará, Samir.
Tuesday, 9 March 2010
Monday, 8 March 2010
Tudo o indica, há um gozo, uma felicidade, um prazer, uma alegria sem sombra de dor, de ansiedade, de grande tristeza que consistem em vermos e sentirmos, profunda e verdadeiramente, com todo o nosso imenso ser, a péssima sujeição ao tempo, ao conhecimento, ao espaço, ao trabalho, ao prazer, à fraqueza, ao comer, ao descanso, à companhia...limitados.
Ao assim vermos intensa e plenamente ficamos forçosamente eternos, sábios (vendo até todo o oculto), infinitos, descansados,cheios do verdadeiro prazer (sem dor), potentes,saciados (sem carência alguma), incansáveis, mui bem acompanhados...
Ao assim vermos intensa e plenamente ficamos forçosamente eternos, sábios (vendo até todo o oculto), infinitos, descansados,cheios do verdadeiro prazer (sem dor), potentes,saciados (sem carência alguma), incansáveis, mui bem acompanhados...
Sunday, 7 March 2010
Não sei se é possível acabar com a dor de vez, reinando plenamente a alegria, o prazer, o gozo, a felicidade. Mas, entrando, tornando-nos também no infinito e no sem tempo algo de incrivelmente bom acontece.
Ora, no infinito não existem medidas de qualquer espécie, nem físicas nem psicológicas. Não há distâncias, não há peso, não existe nem melhor nem pior, nem mais nem menos.
Mas, se me ponho a fazer grandes conjecturas, somente numa ou duas direcções compreendo muito pouco ou quase nada. Por exemplo, é natural que haja uma Verdade final, mas há tantas verdades mutáveis. A própria coerência não sendo difinitiva quando somos mais do que um, o ajustamento parecendo prejudicá-la.
E, claro, o que nos dá o gozo é sempre o amor mútuo, nunca o que está errado, também variável e causa, mais cedo ou mais tarde, da dor.
Ora, no infinito não existem medidas de qualquer espécie, nem físicas nem psicológicas. Não há distâncias, não há peso, não existe nem melhor nem pior, nem mais nem menos.
Mas, se me ponho a fazer grandes conjecturas, somente numa ou duas direcções compreendo muito pouco ou quase nada. Por exemplo, é natural que haja uma Verdade final, mas há tantas verdades mutáveis. A própria coerência não sendo difinitiva quando somos mais do que um, o ajustamento parecendo prejudicá-la.
E, claro, o que nos dá o gozo é sempre o amor mútuo, nunca o que está errado, também variável e causa, mais cedo ou mais tarde, da dor.
Saturday, 6 March 2010
E a dor não acaba sempre da mesma maneira:
umas vezes é compreendendo que somos dor também,
outras desenvolvendo o prazer.
E temos de desenvolver, sem medo,mas com cuidado,
sempre mais prazer, inclusivamente deixando-o manifestar-se, do que dor. Prazeres têm de ser muito mais, por todo o lado. E gozarmos com os que gozam.
Dor está em agredir e matar animais e humanos, até em pactuar com isso.
Dor está em falar por demais nas desgraças, quase todos dos jornalistas o estão fazendo, e não fazer nada para ajudar a impedi-las.
Dor está na mente e no pensamento e tira-se com gozo: urge até deixarmos de pensar demais e dedicarmo-nos a fazermo-nos e a fazermos todos os seres felizes. Até os renitentes. Mas, se não querem, paciência.
Agora, por que desaparece a dor com o sexo? Porque nos autoesquecemos totalmente de nós próprios nele: o "eu" tem pouca importância no acto sexual, não é verdade? Completamente esquecidos de nós próprios a dor desaparece portanto. E, por vezes, as pressões para o «eu» são tão enormes que só mesmo o sexo pode tirar a dor.
Aliás, com os devidos cuidados, seguramente que é um bom processo. Coitados dos que combatem e reprimem o sexo!
Mas, não é o único nem é quase de certeza o melhor: temos de exercer alguma vontade, em todo o tempo, para a natural e verdadeira bondade humilde, que é o anonimato bondoso, justo e profundo: fazermos o bem e estarmos presentes sem efectivamente nos vermos nem sermos vistos.
A felicidade não está portanto propriamente no sexo, mas na bondade, na doçura e na humildade em todas as situações. Mas, se for preciso...
A contradição também não ajuda nada ao gozo sem dor: por um lado, alimentamo-nos e expandimo-nos; por outro tentamos esquecer-nos, perder-nos o máximo de tempo possível.
Para quem não quer nem ouvir falar de sexo esperamos que se faça luz: o acto em si não é problema: o problema é a CONTRADIÇÃO, e, o PENSAR no acto!
E, a contradição resolvemo-la, e, desculpem o tom de certeza, mas, e nem ganho nada com isto, ai de nós se só temos dúvidas!, resolvemo-la mais pela compreensão do que fica escrito e de outras coisas, do que pelo esforço. E o pensar no acto é a outra metade do problema porque, mau grado a sublimidade do pensamento, quando dele se abusa, e este é um mal terrível do nosso tempo, deixamos de resolver seja o que quer que for e, passamos a ter mais um grande problema! É QUE NÓS não SOMOS Só PENSAMENTO, muito longe disso: somos também CORPO, CORPO!
umas vezes é compreendendo que somos dor também,
outras desenvolvendo o prazer.
E temos de desenvolver, sem medo,mas com cuidado,
sempre mais prazer, inclusivamente deixando-o manifestar-se, do que dor. Prazeres têm de ser muito mais, por todo o lado. E gozarmos com os que gozam.
Dor está em agredir e matar animais e humanos, até em pactuar com isso.
Dor está em falar por demais nas desgraças, quase todos dos jornalistas o estão fazendo, e não fazer nada para ajudar a impedi-las.
Dor está na mente e no pensamento e tira-se com gozo: urge até deixarmos de pensar demais e dedicarmo-nos a fazermo-nos e a fazermos todos os seres felizes. Até os renitentes. Mas, se não querem, paciência.
Agora, por que desaparece a dor com o sexo? Porque nos autoesquecemos totalmente de nós próprios nele: o "eu" tem pouca importância no acto sexual, não é verdade? Completamente esquecidos de nós próprios a dor desaparece portanto. E, por vezes, as pressões para o «eu» são tão enormes que só mesmo o sexo pode tirar a dor.
Aliás, com os devidos cuidados, seguramente que é um bom processo. Coitados dos que combatem e reprimem o sexo!
Mas, não é o único nem é quase de certeza o melhor: temos de exercer alguma vontade, em todo o tempo, para a natural e verdadeira bondade humilde, que é o anonimato bondoso, justo e profundo: fazermos o bem e estarmos presentes sem efectivamente nos vermos nem sermos vistos.
A felicidade não está portanto propriamente no sexo, mas na bondade, na doçura e na humildade em todas as situações. Mas, se for preciso...
A contradição também não ajuda nada ao gozo sem dor: por um lado, alimentamo-nos e expandimo-nos; por outro tentamos esquecer-nos, perder-nos o máximo de tempo possível.
Para quem não quer nem ouvir falar de sexo esperamos que se faça luz: o acto em si não é problema: o problema é a CONTRADIÇÃO, e, o PENSAR no acto!
E, a contradição resolvemo-la, e, desculpem o tom de certeza, mas, e nem ganho nada com isto, ai de nós se só temos dúvidas!, resolvemo-la mais pela compreensão do que fica escrito e de outras coisas, do que pelo esforço. E o pensar no acto é a outra metade do problema porque, mau grado a sublimidade do pensamento, quando dele se abusa, e este é um mal terrível do nosso tempo, deixamos de resolver seja o que quer que for e, passamos a ter mais um grande problema! É QUE NÓS não SOMOS Só PENSAMENTO, muito longe disso: somos também CORPO, CORPO!
Friday, 5 March 2010
LIBERTOS
Libertos de todo o guião,
mestre, líder, ensino...
Então sim, há hino
à descoberta... Com paixão!
Sem paragem
não há novo,
nem renovo,
nem sequer miragem!
Parar sem desejar,
sem vontade exercitar...
Facilmente, naturalmente,
agradavelmente, e..., descansar!
Passado é movimento,
mas, o Agora é parado.
Quereis crescimento?
Isso é com agora ignorado!
Sem direção
mas não perdidos,
é observação
de tudo. Sem motivação.
Grande prazer
abandonar
sem sofrer
é descondicionar,
LIBERTAR!
Somente sem
direcção, sem
eu, sem
centro, há cem
por cento
de observação:
total sensibilização!
Libertos de todo o guião,
mestre, líder, ensino...
Então sim, há hino
à descoberta... Com paixão!
Sem paragem
não há novo,
nem renovo,
nem sequer miragem!
Parar sem desejar,
sem vontade exercitar...
Facilmente, naturalmente,
agradavelmente, e..., descansar!
Passado é movimento,
mas, o Agora é parado.
Quereis crescimento?
Isso é com agora ignorado!
Sem direção
mas não perdidos,
é observação
de tudo. Sem motivação.
Grande prazer
abandonar
sem sofrer
é descondicionar,
LIBERTAR!
Somente sem
direcção, sem
eu, sem
centro, há cem
por cento
de observação:
total sensibilização!
Thursday, 4 March 2010
Faz-nos aflição?
Com ele lutamos,
dia após dia nos cansamos?
Mente está dorida, em confusão?
Tempo cronológico
e psicológico
nada são:
compreensão é SOLUÇÃO!
Mente sem tempo, sem esperança,
sem esforço, sem lembrança
logo que questão aparece
age entendendo, e problema fenece!
Mas, replicas: não
tenho tempo,
preciso de tempo...
E... assim de afastas
do facto e sua solução!
Esse é que é o problema, São, João!
E, amor é amizade:
amor é dar e receber
com emoção, com sensibilidade,
com justiça, com prazer, com intensidade!
Só pelo amor, que é responsabilidade,
se pode entrar na intemporalidade.
Amor é bom e justo relacionamento:
amor é plena liberdade!
Não é preciso buscar,
é urgente é amar:
desinteressadamete,
quietamente,
de corpo e mente!
Com ele lutamos,
dia após dia nos cansamos?
Mente está dorida, em confusão?
Tempo cronológico
e psicológico
nada são:
compreensão é SOLUÇÃO!
Mente sem tempo, sem esperança,
sem esforço, sem lembrança
logo que questão aparece
age entendendo, e problema fenece!
Mas, replicas: não
tenho tempo,
preciso de tempo...
E... assim de afastas
do facto e sua solução!
Esse é que é o problema, São, João!
E, amor é amizade:
amor é dar e receber
com emoção, com sensibilidade,
com justiça, com prazer, com intensidade!
Só pelo amor, que é responsabilidade,
se pode entrar na intemporalidade.
Amor é bom e justo relacionamento:
amor é plena liberdade!
Não é preciso buscar,
é urgente é amar:
desinteressadamete,
quietamente,
de corpo e mente!
Começaste tão bem,
com tanto amor e prazer,
curando dor com prazer
e assim te deixando curar também.
Era embalar,massajar,
amamentar, proteger, mamar,
aprender, ensinar,
trabalhar, brincar...
Eras cheio(a) de fineza,
eras um(a) com a natureza,
acarinhavas, eras acarinhada(o)...
Eras uma beleza!
Perdeste-te no caminho?
Não mais paciente? No consciente
e no inconsciente? Nenhum vinho
ou excesso dele? Por que não voltar ao carinho?
com tanto amor e prazer,
curando dor com prazer
e assim te deixando curar também.
Era embalar,massajar,
amamentar, proteger, mamar,
aprender, ensinar,
trabalhar, brincar...
Eras cheio(a) de fineza,
eras um(a) com a natureza,
acarinhavas, eras acarinhada(o)...
Eras uma beleza!
Perdeste-te no caminho?
Não mais paciente? No consciente
e no inconsciente? Nenhum vinho
ou excesso dele? Por que não voltar ao carinho?
Tuesday, 2 March 2010
CEM POR CENTO!
Se não houver tempo,
como pode haver problemas,
coisas mal resolvidas,
não completamente entendidas,
inacabadas?
Não pode, não é?
Mas, a alegria, o gozo
não carecem de tempo
a fim de se manifestarem.
Verdadeiramente:
os problemas são o tempo,
e,o gozo o não tempo,
os processos cem por cento
vividos!
Se não houver tempo,
como pode haver problemas,
coisas mal resolvidas,
não completamente entendidas,
inacabadas?
Não pode, não é?
Mas, a alegria, o gozo
não carecem de tempo
a fim de se manifestarem.
Verdadeiramente:
os problemas são o tempo,
e,o gozo o não tempo,
os processos cem por cento
vividos!
A VERDADE
O eu não se pode tornar nem melhor
nem pior. Sem eu há ordem e paz,
Sem o mínimo de conflitos, contradições.
Sem eu não há memória, imaginações,
Condicionamentos, influências,
Propagandas, práticas, desejos,
Buscas, medos, ambições.
Sem eu existe o infinito, o omnipotente,
O eterno, o omnisciente, o omnipotente.
Irmos buscar aos outros a nossa segurança,
Como se eles não estivessem também
Inseguros? E, no entanto, isso é
Darmo-lhes segurança… Para, muitas
Vezes nos prejudicarem!
Todo o cuidado portanto quando
Alguém diz ou sugere que sabe, que não
tem medo, que atingiu, que não erra, que é!…
E, processos são tudo, tempo,
Cronológico e psicológico,
quase nada!
Vício? Isso não é problema com prazer,
ou é? Somos filhos do prazer,
e, havia de existir mal nos prazeres?
Apesar de terem de ser todos
muito bem integrados
e equilibrados.
Não é?
E, verdadeiramente,
a única maneira eficiente,
correcta, infalível,
sagrada mesmo, de acabar com dor
inútil é somente
pelo prazer, e, pela
não dependência
nem pendência!
O eu não se pode tornar nem melhor
nem pior. Sem eu há ordem e paz,
Sem o mínimo de conflitos, contradições.
Sem eu não há memória, imaginações,
Condicionamentos, influências,
Propagandas, práticas, desejos,
Buscas, medos, ambições.
Sem eu existe o infinito, o omnipotente,
O eterno, o omnisciente, o omnipotente.
Irmos buscar aos outros a nossa segurança,
Como se eles não estivessem também
Inseguros? E, no entanto, isso é
Darmo-lhes segurança… Para, muitas
Vezes nos prejudicarem!
Todo o cuidado portanto quando
Alguém diz ou sugere que sabe, que não
tem medo, que atingiu, que não erra, que é!…
E, processos são tudo, tempo,
Cronológico e psicológico,
quase nada!
Vício? Isso não é problema com prazer,
ou é? Somos filhos do prazer,
e, havia de existir mal nos prazeres?
Apesar de terem de ser todos
muito bem integrados
e equilibrados.
Não é?
E, verdadeiramente,
a única maneira eficiente,
correcta, infalível,
sagrada mesmo, de acabar com dor
inútil é somente
pelo prazer, e, pela
não dependência
nem pendência!
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